sexta-feira, 15 de junho de 2012

mudança

nenhum prego na parede restou
para pendurar a roupa
enquanto banho
coisas de ir, coisas de ficar
aquilo que se dá
reunido num canto
como violino tocado de frente pra parede
esperando para chegar
outra janela, outra vista
até onde se alcança ver
tocar com o pensamento
de verdade

vila isabel

sou grato por tudo
pelos amigos que recebemos
pela hospitalidade
a casa é nossa, é sua
não é de ninguém
apenas trouxemos cânticos
sons de flauta, poemas
vozes e dedilhados
nas cordas dando acordes
as melodias pousam
para ver o que passa
e também cantam
e então voam
por outras paisagens

*

o vento soprando na janela
balançando a cortina
numa dança singela
ao som dos pássaros
voando mais um dia
o planeta é esse mesmo
tantas coisas se passaram
no sigilo do esquecimento
a tarde movimentando
mais uma manhã que foi
outro dia que passou
e a noite trazendo
um novo amanhã
outro dia
sou grato, Deus
pelo espírito
e o alimento de cada dia
quando sair
nada deixarei
pois tudo é seu
mãe terra, querida irmã
minhas lágrimas quando vêm
são para que a semente brote
para o renascimento,
mantém o movimento
em outros tempos
nas suas esferas


(31 de maio de 2012)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

pensamento sobre a memória virtual (quando ainda não corrompida)

a perda de memória virtual
atual local das vivências
é uma doença incurável
porém, há uma planta mágica
usada para amenizar os efeitos
desse tipo lembrança
sublimada em forma de risos