terça-feira, 31 de maio de 2011

tudo bem

se você acredita que é
esse nome que te deram
tudo bem
posso acreditar que sou
o inominável
e de olhos fechados
estou

domingo, 1 de maio de 2011

*

sons e sons e
sons e cantos e
penso e escuto
e sons me
trazem e sons
me levam e sons
e sons

*

não perco tempo
nem página esquecida
fragmento em datas
não lineares
sublábios
multiolhares
sobra & escuridão
orvalho na flor nasce

*

entro no ritmo
pra melhor sair
dele
quando encontro
o par-máquina
vou fazendo o
intervalo
no qual não sou
cobrado nem
entro no seu jogo
mas monto a
resistência e crio
uma narrativa

as máquinas apitam
quando se atrasa, ou
se está muito rápido
elas recortam e
produzem ângulos retos
nas sua antinatureza
e mesmo discordando
dos meus próprios
conceitos que nem
são tão meus assim
entro no jogo e na
sintonia do cosmos
para além da técnica
e também do organismo

*

na multidão as pessoas convertem-se em rótulos
e por mais diferentes que sejam, são iguais

uma ou outra emergem como arquétipos,
como cartas marcadas

na partida que não está finalizada

vou seguindo invisível
como um deus que observa
e com seu olhar as coisas
em si
estão sendo
feitas e são imagens
ambientes de toda matéria