domingo, 29 de setembro de 2013

cada folha de árvore suspensa no tempo
com um pássaro voando quase desenhado a grafiti
e os sabiás em algum lugar perto cantam

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

o urubu pousa no galho do coqueiro
olha de lado, em duas direções e voa
do alto estereoscopicamente vê
a superfície da terra como uma luneta
que funciona como microscópio
sobre as feridas que cicatrizam

o vento passando ligado às pontas das asas que o dedilham
silêncios que somente nas alturas se encontra
estrelas girando como sementes de um maracá

terça-feira, 17 de setembro de 2013

a transformação das asas finas de uma libélula
entre o pouso e o voo
toda a existência passando como miríade
contraponto de onipresença e esquecimento
olhos fechados e a consciência atenta