fui quem costumei ser
um caminho que termina
no próprio movimento
abismo é o instante que passa
sonhos, imagens, ideias, visões, pensamentos, lapsos da mente, reflexos, êxtases, tempos etc e tal. ciclos no anti-horário sagrado da roda da vida.
quarta-feira, 25 de dezembro de 2013
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
no primeiro dia do verão
vi uma passarinha e seu filhote
que já aprendera a voar, mas ainda é pequeno
e nem tem penacho na cauda
ela entrou na tigela de ração dos gatos
enquanto sua cria ficou do lado de fora
batendo as asinhas e chamando
de quando em vez ela lhe dava um grãozinho de ração
e algum tempo depois eles voltaram
dessa vez ele pousou dentro da tigeja
e curiosamente continuou pedindo
e só comia quando a mãe colocava em seu bico
e curiosamente continuou pedindo
e só comia quando a mãe colocava em seu bico
achei engraçado como ele ainda não percebia a comida sob seus pés
de vez em quando ela ainda pegava um grão e dava ao filhote
mas seguia comendo, pois o importante é que já mostrara o caminho até a tigela
um grão a menos a cada dia que passa, até a ele conseguir se cuidar
a paciência da natureza não tem pressa e nem saudades
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
em paquetá parou de chover, os pássaros cantam, um vizinho toca piano em casa, outro canta
um pagode.
ouço um
senhor que faz caminhadas constantes tocando duas notas numa flauta doce com
uma só mão, enquanto a outra segura a bengala.
decido
escrever quando escuto a seguinte conversa, gritada pelo telefone: se você não
esquecer não esquece, tá? tchau!
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
primavera.jpg
nosso tempo semicapturado
pelos ponteiros
divididos em partes
desiguais e simétricas?
tão difícil é poder esperar os acontecimentos
deixá-los ao sabor dos ventos
no ritmo da estória que ensina
em detrimento das notícias vazias
e vozes que chegam do passado
ao presente apressado com o futuro
mas é o que praticamos a cada momento
do silêncio chegar ao diálogo
sem objetivos, metas e cálculos
está tudo okay, já estamos indo
desapegando do corpo
ao mesmo tempo da paisagem
família, amigos e experiências
e os mestres nos ensinam sendo quem são
como pássaros e flores
vamos aprendendo
pelos ponteiros
divididos em partes
desiguais e simétricas?
tão difícil é poder esperar os acontecimentos
deixá-los ao sabor dos ventos
no ritmo da estória que ensina
em detrimento das notícias vazias
e vozes que chegam do passado
ao presente apressado com o futuro
mas é o que praticamos a cada momento
do silêncio chegar ao diálogo
sem objetivos, metas e cálculos
está tudo okay, já estamos indo
desapegando do corpo
ao mesmo tempo da paisagem
família, amigos e experiências
e os mestres nos ensinam sendo quem são
como pássaros e flores
vamos aprendendo
terça-feira, 8 de outubro de 2013
cidades sem paisagens
precisam ainda mais de pessoas
que fabulem possibilidades
horizontes e novos mundos
vistos do cume do pensamento
o que é paisagem? talvez esperança...
uma cachoeira de memórias no esquecimento
para além da beira de uma rodovia
e muito além da faixa de pedestres quase apagada
paisagens possuem uma temporalidade
nem que seja a do início do universo
quanto mais as ruínas gregas
ou a depredação cotidiana
prolongando o futuro e minando o passado
ainda tão modernamente falando
dentro de um quarto com as janelas e portas fechadas
um céu nublado que cobre o telhado
e aparentemente mais nada
o brilho dos olhos não sobrevive ao espelho
ele só existe se for diretamente visto
para além da inércia
de um amontoado de viventes nas cidades
em busca do brilho das vitrines e expressões de manequins
quase nunca conseguem trocar experiências
apenas fazem compras
precisam ainda mais de pessoas
que fabulem possibilidades
horizontes e novos mundos
vistos do cume do pensamento
o que é paisagem? talvez esperança...
uma cachoeira de memórias no esquecimento
para além da beira de uma rodovia
e muito além da faixa de pedestres quase apagada
paisagens possuem uma temporalidade
nem que seja a do início do universo
quanto mais as ruínas gregas
ou a depredação cotidiana
prolongando o futuro e minando o passado
ainda tão modernamente falando
dentro de um quarto com as janelas e portas fechadas
um céu nublado que cobre o telhado
e aparentemente mais nada
o brilho dos olhos não sobrevive ao espelho
ele só existe se for diretamente visto
para além da inércia
de um amontoado de viventes nas cidades
em busca do brilho das vitrines e expressões de manequins
quase nunca conseguem trocar experiências
apenas fazem compras
domingo, 29 de setembro de 2013
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
o urubu pousa no galho do coqueiro
olha de lado, em duas direções e voa
do alto estereoscopicamente vê
a superfície da terra como uma luneta
que funciona como microscópio
sobre as feridas que cicatrizam
o vento passando ligado às pontas das asas que o dedilham
silêncios que somente nas alturas se encontra
estrelas girando como sementes de um maracá
olha de lado, em duas direções e voa
do alto estereoscopicamente vê
a superfície da terra como uma luneta
que funciona como microscópio
sobre as feridas que cicatrizam
o vento passando ligado às pontas das asas que o dedilham
silêncios que somente nas alturas se encontra
estrelas girando como sementes de um maracá
terça-feira, 17 de setembro de 2013
domingo, 18 de agosto de 2013
segunda-feira, 29 de julho de 2013
às vezes fico em dúvida
se escrevo pensamentos e versos
ou somente palavras desalmadas
que são traduções do vazio.
às vezes fico triste,
com o coração apertado,
mas isso passa
e sigo confiando.
faço sons quando tudo o mais tá difícil
ouso chamar de música
mas acho que o que faço
fica mais bonito sem nome
se escrevo pensamentos e versos
ou somente palavras desalmadas
que são traduções do vazio.
às vezes fico triste,
com o coração apertado,
mas isso passa
e sigo confiando.
faço sons quando tudo o mais tá difícil
ouso chamar de música
mas acho que o que faço
fica mais bonito sem nome
domingo, 7 de julho de 2013
ancestral
desapego,
quarto
vazio,
sala sem móveis
casa sem paredes
sala sem móveis
casa sem paredes
telhado de
nuvens, de estrelas
que desaparecem
que desaparecem
por todo o
dia.
vivemos todos aqui
sina e destino cada um faz.
morremos todos por fim,
cada um assim se vai
o esquecimento é um ancestral
que nos recebe com alegria
quarta-feira, 3 de julho de 2013
19-06
dias loucos e estranhos. ruas vivas e pessoas atravessando-as a nado. dias de pensamentos em metamorfoses, de alvoradas. vou sem pisar na linha e sem seguir a manada, mesmo sabendo que o rastreamento se torna cada dia mais eficaz. dias de glórias, dias de pequenas infâmias solitárias, daquelas que pouco se registram. não sigo mais o mestre, mas ele vem comigo em minhas ações, visando louvar os conhecimentos e ensinos superiores, os quais seguimos juntos buscando.
segunda-feira, 20 de maio de 2013
flanar pelos arredores da eco, pela lauro muller. em meio a turistas, trabalhadores e tudo o mais das imagens pensativas que poucas palavras trazem. borestiando e sabendo que o vacilo implica em perda e que os ladrões desses tempos são diferentes daqueles que assaltavam nas florestas da úmbria na idade média.
sábado, 20 de abril de 2013
sábado, 13 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
ensinando e
gentilmente protegendo
da ignorância
que às vezes explode eufórica
chamando para si a razão
a qual logo no instante seguinte demonstra não ter
sua humildade é como a água
paciente e equilibrada
torna nítido o horizonte
acalenta e alegra com o olhar
que antecede uma nova lição
uma após a outra
cada intervalo é um fôlego
do ser mortal
mergulhando na sabedoria da qual nunca se emerge igual
gentilmente protegendo
da ignorância
que às vezes explode eufórica
chamando para si a razão
a qual logo no instante seguinte demonstra não ter
sua humildade é como a água
paciente e equilibrada
torna nítido o horizonte
acalenta e alegra com o olhar
que antecede uma nova lição
uma após a outra
cada intervalo é um fôlego
do ser mortal
mergulhando na sabedoria da qual nunca se emerge igual
sem manuais
barcos, relógios, bombas
poesia, cadernos, tintas
adereços, rascunhos
bordados nas trilhas do mundo
e se entregar à meta
de se descobrir
poesia, cadernos, tintas
adereços, rascunhos
bordados nas trilhas do mundo
e se entregar à meta
de se descobrir
realmente somos inúteis
a criação ultrapassa as qualidades,
pragmatismos e benesses da razão
é notório e após milênios de civilização
tudo tornou-se banal
uma pequena variação de espaço
nosso canto é esse
nossa plumagem é de poluição
e somos nosso próprio predador natural
em meio aos quais caminham santos
pessoas que afirmam o transcendente
que buscam experienciar em si
na oração que se torna ação
o verdadeiro amor,
a alegria, o entendimento
uma pequena escama do universo
a criação ultrapassa as qualidades,
pragmatismos e benesses da razão
é notório e após milênios de civilização
tudo tornou-se banal
uma pequena variação de espaço
nosso canto é esse
nossa plumagem é de poluição
e somos nosso próprio predador natural
em meio aos quais caminham santos
pessoas que afirmam o transcendente
que buscam experienciar em si
na oração que se torna ação
o verdadeiro amor,
a alegria, o entendimento
uma pequena escama do universo
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