deitado na rede
eu na persona impura
e non grata
da alma
o chão que trinca
a lâmpada espoca
sentado na grama
a menina com pétalas na voz
diz pra eu ficar
ou então voltar
um dia
antes do tarde demais
e prazos de comida congelada
nesse mundo
eu trago as cores imperceptíveis
das pessoas
na praia o campo
de girassóis e
margaridas
estarão murchas
antes do sol raiar
casais e mijo na água
outra pessoa você
me planta e me arranca
o clarão
entra na janela
espanta a sombra
dessa solidão
a gente riu, chorou
e não quis mais
saber
se era dor ou prazer
na embalagem
todo o amor me
atravessa
na ponte, os olhos
não quero pensar
não quero saber
nem quero morrer
mas cadê você?
pois sei que tudo vai
e parar pra discutir é
um balão a estourar
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