segunda-feira, 18 de maio de 2009

deitado no chão

sentindo o movimento do planeta
ao redor do sol gerando som
prestes a amanhecer, o orvalho, o calor do fogo
ouvir a voz de deus é o silêncio
e não estamos sozinhos
percebi quando andei novamente pela praia
olhei minhas várias vidas
sob o céu estrelado
e seus labirintos de nuvens
corri com meus animais
eles agora se aproximam mais
e trazem vozes femininas
do mar, do rio, da floresta
sob olhar de mais uma outra, calada
cachorro, cobras, salamandra, planta, peixe, aranha
o amor, a matilha, meu lado coletivo
trocas de pele, advertências
antídoto ou veneno nas ações e palavras
feitos da mesma substância
a integração com a terra, os ancestrais
quando se falta o ar
combustões e músicas,
podendo cozinhar ou queimar na dança
cuspo no fogo todas as coisas que devem ficar, cinzas
assopro tudo que passou e deve voltar a circular
o tecer cósmico
das grandes e pequenas coisas