sábado, 28 de novembro de 2009

*

faz tempo
suficiente
nesse espaço
pra saber
e sentir

esta luz ilumina

vento
leva a alma
água
lava
desce a montanha

em todo lugar
do pensamento

terça-feira, 24 de novembro de 2009

*

desapego
lição de vida
desde o primeiro dia
por todos elos
lições vindas dos tempos
de quando rimos
tudo já passou
na brisa das ruas
o lenço nas mãos
dessa vez eu acreditei
realmente
e quando se escuta a alma dentro
parece sempre certo
entre a ruptura
a beira da praia
ou trilhando o mato
louvo tuas pegadas
e a brevidade tal como foi
a caminhada tem dessas coisas
momentos a se deixar
na calma da água
cai sobre a rocha
e depois sobre outra rocha
mais uma vez ou outra
as despedidas depois do cais
parecendo o barco afundar
e dia após dia
as figuras guardadas
os livros nas gavetas
quantas velas se apagaram
sem reza

*

teus ensinos
doces como o mel
morada de deus

sábado, 21 de novembro de 2009

janeiro

rio de jane
rio de jane
de janeiro
plantando no rio

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

capoeira

os tombos e quedas
ensinam às vezes mais
que os golpes aplicados

experiência
não é da ordem cumulativa
mas da prática

*

saudade
desmame da matéria

crer no elo maior
fé no caminho

decisão na escolha

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

pra jane

pikena

nessas voltas do mundo
chegamos sempre
onde estamos

encontrando quase sempre
a nós mesmos

para além de uma história
em livros

mesmo na última página quase sempre
a que não lemos





amo vc por quem és
pela sua verdade tão intensa
e pelo mais que não há palavras

terça-feira, 3 de novembro de 2009

*

no silêncio de palavras estrangeiras
seu sorriso e um suco de limão
interagem com minha solidão errática
minha sonoridade de vazio ecoa
num quarto
entre o mofo & roupas
tudo aquilo que sou
quem fui e quem deixei
sendo


fico aqui no meio das palavras não ditas
escritas em pensamentos que nunca chegam

ao menos
sei de pequenos truques
aprendidos nas trilhas que caminhei por aí
nos dias de cicatrização na praia
entre carrapatos e maruins
jogados no mar num desses passeios de barco

tenho fé
e sei esperar o que há de vir
receber o que merecer
assim como ser o vetor de transformações
começando por mim mesmo
e se estendendo ao mundo
como um todo
o todo celestial

um bem maior que o das partes

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

calçadão

no passeio de elos
os que ficam e se vão
meus trilhos em montanhas
com nuvens no topo
e pensamentos

de braços abertos para sempre
seja Deus louvado
em seu resplendor
dando a sua benção