quarta-feira, 28 de abril de 2010

na volta

lá embaixo a
cidade

uma crosta de luz
refletida nas
nuvens


em cima as estrelas e a lua
longe os trovões na parede escura


II

ligo a luz
pra ler
o mundo some
num excesso de
perto


mas não dentro de mim

esses tempos


dentro de momentos
e instantes
minha passagem é
mais rápida que meus
passos


não entendo como
talvez compreendesse
como quem faz sonhos
com temperos que temos
na cozinha

você luz
você chamas

sobre o chão
além disso
corro no ar

voando no solo
lento fundo e mar
onde imaginamos


III

e estaremos em
pensamento

avião ônibus
qualquer coisa que
passe numa madrugada
antes do dia nascer
me tens por casa
e te tenho por brisa
em meu rosto
que duvida do vento
na ilusão do suor
em mim besuntado

é difícil crer
mais ainda desacreditar
mas sempre seguir
hoje eu, amanhã você
e quem antes de mim
me trouxe aqui
no balançar tênue
e lânguido de
móbiles que somem
conforme

chega um novo dia

Um comentário:

cgliberio disse...

gosto muito de móbiles, de mar e de brisa... gostei muito de tudo... da luz que queima a retina quando se olha a cidade