cidade
uma crosta de luz
refletida nas
nuvens
em cima as estrelas e a lua
longe os trovões na parede escura
II
ligo a luz
pra ler
o mundo some
num excesso de
perto
mas não dentro de mim
esses tempos
dentro de momentos
e instantes
minha passagem é
mais rápida que meus
passos
não entendo como
talvez compreendesse
como quem faz sonhos
com temperos que temos
na cozinha
você luz
você chamas
sobre o chão
além disso
corro no ar
voando no solo
lento fundo e mar
onde imaginamos
III
e estaremos em
pensamento
avião ônibus
qualquer coisa que
passe numa madrugada
antes do dia nascer
me tens por casa
e te tenho por brisa
em meu rosto
que duvida do vento
na ilusão do suor
em mim besuntado
é difícil crer
mais ainda desacreditar
mas sempre seguir
hoje eu, amanhã você
e quem antes de mim
me trouxe aqui
no balançar tênue
e lânguido de
móbiles que somem
conforme
chega um novo dia
Um comentário:
gosto muito de móbiles, de mar e de brisa... gostei muito de tudo... da luz que queima a retina quando se olha a cidade
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