domingo, 12 de setembro de 2010

pombos subterrâneos, frio e o derredor

fim de tarde
o dia vai passando pro outro lado
silêncio, vazio de sala
tudo vai assim
na correria, na calmaria
em novas manhãs
fim de inverno
mudam as estações
e os cantos dos pássaros
migrando
grãos que o tempo lançou
em algum lugar
grãos no chão
esquecimentos semeados
brotam e lembram
da natureza a narração
sem palavras ou reflexos de água
escrita com terra e chuva
escorrendo
escrita com frio e acalento
pergaminhando o novelo
em torno do sol
no eixo de um galho
tão sem nexo

Um comentário:

Joiza disse...

Gostei muito. Vontade de parar de pensar. Falando em derredor, hoje é aniversário do mestre. Parabéns pelo seu, atrasado. Não deu pra ligar, perdi meu chip.

Beijocas.