quinta-feira, 30 de setembro de 2010

a estrela de salomão

cada um deve
buscar
conhecer
(triângulo piramidal - heliocêntrico do meio dia)





e com outros aprender
(triângulo com a base invertida - assimilação - reflexo da lua cheia)


ensinar quando souber
(estrela de seis pontas - transformação)

onde

no tempo o mapa
no espaço a garrafa
no mar o entremeio e a carta

no meio, entre o tesouro e o mapa
no baú enterrado sem a chave
no croqui desenhado, na memória

terça-feira, 21 de setembro de 2010

reflexos nas manhãs

queria a certeza
como se fosse
ao acaso que viesse
sem rodeios
no som
da tua voz
pra sair daqui
desse quem sou
apaziguar

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

vendo daqui

não poderia imaginar
que iria sair daquelas árvores
das trilhas que andei
e estar aqui, vendo tudo
da perspectiva da memória
nessa estrada longa
enquanto a baba do cachorro tá ali
nos cheiros de terra, moscas no ar
que não vejo mais
girando nos dias, nas primaveras
que chegam
como secam e passam
em eras, lágrimas e colheitas
feitas na garoa das manhãs
glórias e histórias
pra esquecer, pra lembrar e contar
enfrentar a cidade grande
deixar no porto as lembranças
agora seguindo o balanço do ir
para as batalhas
não concebo minha vida
sem as cicatrizes, sem as curas
que fizeram-me
tornaram-me um enredo
diluído nas palavras e causos
perdidos nos silêncios das mesas
dos coretos e das estrelas

*

vida é pele
a gente fica querendo
ir mais pra dentro,
ou além disso
mas estamos na crosta
é onde pensamos

o mistério do planeta

domingo, 12 de setembro de 2010

pombos subterrâneos, frio e o derredor

fim de tarde
o dia vai passando pro outro lado
silêncio, vazio de sala
tudo vai assim
na correria, na calmaria
em novas manhãs
fim de inverno
mudam as estações
e os cantos dos pássaros
migrando
grãos que o tempo lançou
em algum lugar
grãos no chão
esquecimentos semeados
brotam e lembram
da natureza a narração
sem palavras ou reflexos de água
escrita com terra e chuva
escorrendo
escrita com frio e acalento
pergaminhando o novelo
em torno do sol
no eixo de um galho
tão sem nexo