para alguns é oração
para outros
preparação para ir ao rodízio
devorar toda carne
que a alma pode
o mundo é paradoxal mesmo
às vezes ando nas ruas com uma sensação estranha
vendo as pessoas indo e vindo
passando em infinitas histórias e vivências
percebo que todo mundo tem histórias e estórias
contar é de cada um
e ouvir constitui-se numa figura da linguagem
que a muitos faz barulho
orar em silêncio
no silêncio que passou
entre duas teclas
ficando ainda fora
na edição
contar o pensamento
há Deus
infinitas histórias
de um reino
uma praia, um sonho
ou viagem astral
sonhos, imagens, ideias, visões, pensamentos, lapsos da mente, reflexos, êxtases, tempos etc e tal. ciclos no anti-horário sagrado da roda da vida.
domingo, 25 de dezembro de 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
terça-feira, 25 de outubro de 2011
quem sabe na próxima
posso faltar ao enterro
por causa da consulta
e esquecer quem morreu
ser enterrado sem ninguém
como o sol nasce
ou quando passamos dias sem vê-lo
sem dizer o nome
se um dia já me conheceu
imagino chegando atrasado (o que não ocorreu)
você já foi, mas foi muito antes
sem apresentações
por causa da consulta
do trânsito
e esquecer quem morreu
ser enterrado sem ninguém
assim
como o sol nasce
ou quando passamos dias sem vê-lo
sem dizer o nome
se um dia já me conheceu
imagino chegando atrasado (o que não ocorreu)
você já foi, mas foi muito antes
sem apresentações
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
terça-feira, 20 de setembro de 2011
os pássaros voaram
deixando o corpo
voaram mais
para longe dos pensamentos
para um estado genérico
de transeunte
parecido quando
eu morava
em algum lugar
que não existe
vou mantendo o fio
de uma narração
que nem mesmo o sujeito permaneceu
voaram mais
para longe dos pensamentos
para um estado genérico
de transeunte
parecido quando
eu morava
em algum lugar
que não existe
vou mantendo o fio
de uma narração
que nem mesmo o sujeito permaneceu
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
na tribo
ouvindo estórias
ao dormir
o elo com uma narração
recente e reminiscente
hoje,
é minha máquina do tempo
vim do esquecimento
e muitas vezes acordo em silêncio
vindo de um sonho sozinho
de algum lugar vazio
onde sou movimento
alternância entre luz e matéria
ao dormir
o elo com uma narração
recente e reminiscente
ao sonho de amanhã
hoje,
repito, hoje
é minha máquina do tempo
vim do esquecimento
e muitas vezes acordo em silêncio
vindo de um sonho sozinho
de algum lugar vazio
onde sou movimento
alternância entre luz e matéria
sábado, 20 de agosto de 2011
sonho
a feiticeira assoprou
puxou meu ar
eu apontava para um vaso vermelho cheio de ventos
antes de viajar
e sem perceber
já estava no meio
entre as inúmeras viagens que estão acontecendo
puxou meu ar
eu apontava para um vaso vermelho cheio de ventos
antes de viajar
e sem perceber
já estava no meio
entre as inúmeras viagens que estão acontecendo
terça-feira, 9 de agosto de 2011
de cantar
vou
cantar
decantar
por aí
numa
nota que denota
um
tempo
entre
pausas repletas
de
infinito
domingo, 19 de junho de 2011
vejo o caminho
penso nas hipóteses e faço um silêncio de saber que só é o que é e procuro aliviar minha alma nesses trajetos.
tenho cortes nas mãos, no rosto
a alma que exala uma claridade
quando passa na trilha
e não seise aquela paisagem é a mesma cena autofágica de ciclos ou se estou em outro círculo e as nuvens gelam o céu e meus pensamentos.
penso nas hipóteses e faço um silêncio de saber que só é o que é e procuro aliviar minha alma nesses trajetos.
tenho cortes nas mãos, no rosto
a alma que exala uma claridade
quando passa na trilha
de passos perdidos
quarta-feira, 1 de junho de 2011
terça-feira, 31 de maio de 2011
tudo bem
se você acredita que é
esse nome que te deram
tudo bem
posso acreditar que sou
o inominável
e de olhos fechados
estou
esse nome que te deram
tudo bem
posso acreditar que sou
o inominável
e de olhos fechados
estou
domingo, 1 de maio de 2011
*
não perco tempo
nem página esquecida
fragmento em datas
não lineares
sublábios
multiolhares
sobra & escuridão
orvalho na flor nasce
nem página esquecida
fragmento em datas
não lineares
sublábios
multiolhares
sobra & escuridão
orvalho na flor nasce
*
entro no ritmo
pra melhor sair
dele
quando encontro
o par-máquina
vou fazendo o
intervalo
no qual não sou
cobrado nem
entro no seu jogo
mas monto a
resistência e crio
uma narrativa
as máquinas apitam
quando se atrasa, ou
se está muito rápido
elas recortam e
produzem ângulos retos
nas sua antinatureza
e mesmo discordando
dos meus próprios
conceitos que nem
são tão meus assim
entro no jogo e na
sintonia do cosmos
para além da técnica
e também do organismo
pra melhor sair
dele
quando encontro
o par-máquina
vou fazendo o
intervalo
no qual não sou
cobrado nem
entro no seu jogo
mas monto a
resistência e crio
uma narrativa
as máquinas apitam
quando se atrasa, ou
se está muito rápido
elas recortam e
produzem ângulos retos
nas sua antinatureza
e mesmo discordando
dos meus próprios
conceitos que nem
são tão meus assim
entro no jogo e na
sintonia do cosmos
para além da técnica
e também do organismo
*
na multidão as pessoas convertem-se em rótulos
e por mais diferentes que sejam, são iguais
uma ou outra emergem como arquétipos,
como cartas marcadas
na partida que não está finalizada
vou seguindo invisível
como um deus que observa
e com seu olhar as coisas
ambientes de toda matéria
e por mais diferentes que sejam, são iguais
uma ou outra emergem como arquétipos,
como cartas marcadas
na partida que não está finalizada
vou seguindo invisível
como um deus que observa
e com seu olhar as coisas
em sifeitas e são imagens
estão sendo
ambientes de toda matéria
sábado, 30 de abril de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
segunda-feira, 25 de abril de 2011
*
o trajeto da noite
nos brilhos molhados
espalhados pela rua
silêncio de prece
em cada passo
círculos e elipses
de cristal líquido e cônico
nos brilhos molhados
espalhados pela rua
silêncio de prece
em cada passo
mais próximo de algum lugar
círculos e elipses
de cristal líquido e cônico
quinta-feira, 14 de abril de 2011
cenas do rio (fio dental)
um monte de cartazes
com mulheres de biquíni
e uma placa indicando:
DENTISTA
com mulheres de biquíni
e uma placa indicando:
DENTISTA
sexta-feira, 25 de março de 2011
*
o mundo desencantado
pesadíssimo
como as pálpebras na tarde
indecentes
minhas linhas
se perdem nos pensamentos
que vão
pesadíssimo
como as pálpebras na tarde
de calor e sono
indecentes
minhas linhas
se perdem nos pensamentos
que vão
quinta-feira, 17 de março de 2011
*
ainda que o dia
esteja gritando ali
na beira do chão
do horizonte
casca de ovo que racha
trazendo o sol e sua gema azul
meus sonhos e latidos
estão por aí
a mão babada no meio da trilha
dos sonhos que ocorreram
e do helicóptero que voou
ainda assim
entre anjos e a luz da vela
permanecendo o tempo
de seu corpo parafinado
que leva o silêncio da prece
seguindo e se guiando pelos movimentos celestes
esteja gritando ali
na beira do chão
do horizonte
casca de ovo que racha
trazendo o sol e sua gema azul
meus sonhos e latidos
estão por aí
a mão babada no meio da trilha
dos sonhos que ocorreram
e do helicóptero que voou
ainda assim
entre anjos e a luz da vela
permanecendo o tempo
de seu corpo parafinado
que leva o silêncio da prece
seguindo e se guiando pelos movimentos celestes
domingo, 13 de março de 2011
*
as pessoas conversam
enquanto consomem
ou consomem para
conversar?
usando a melhor
pose pra acender
um simples cigarro
madrugada imensa
cheia de possibilidades
como o real é cheio
de centavos
enquanto consomem
ou consomem para
conversar?
usando a melhor
pose pra acender
um simples cigarro
madrugada imensa
cheia de possibilidades
como o real é cheio
de centavos
porto de paquetá
algumas palavras
quando não saem pela
na forma de oração
dentro da alma
silêncio é ouro
a sabedoria é na ação
quando não saem pela
bocapermanecem
na forma de oração
dentro da alma
silêncio é ouro
a sabedoria é na ação
*
tem um momento
em que perco as contas
pelas quais me guiei
por tanto tempo
é um colar
fechando-se em espiral
ralo no infinito
quando releio
não mais acredito
mas reconheço
deixando que seque pelo caminho
labirinto de palavras
que tornam a surgir
quando não mais acreditava
em que perco as contas
pelas quais me guiei
por tanto tempo
é um colar
que o destino selasem as contas
fechando-se em espiral
ralo no infinito
quando releio
não mais acredito
mas reconheço
as manchas do pensamentoe sigo brotando o suor
deixando que seque pelo caminho
labirinto de palavras
que tornam a surgir
quando não mais acreditava
*
pq pensar exige
destreza
levar o mundo
de letra
enquanto avista
esquecer
quando em vez
e manter
de forma interneuronal
o movimento centrífugo
e a paisagem centrípeta
destreza
levar o mundo
de letra
enquanto avista
esquecer
quando em vez
e manter
de forma interneuronal
o movimento centrífugo
e a paisagem centrípeta
*
as pessoas passando em grupos. eu sem animais viro o cenário de pensamentos toscos enquanto bebo água sentado na beira sem laptop ou cartão de crédito, mas o principal é um celular muderno. quando escrevo à mão fico viajando na solidão de um louco que o céu observa
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
com trocê e contra o vê
a mensagem não era vazia
continha um espaço
com trocê e contra o vê
e num espaço tem movimento
onde reside a matéria
com trocê e contra o vê
e juntando matéria com movimento
não se perde espaço
com trocê e contra o vê
e avoou, avoou
trocentas palavras nos dedos
com trocê e contra o vê
e é beira-mar, é beira-mar
duzentas focas no ar
com trocê e contra o vê
sete sete são catorze
com mais sete vinteum
com trocê e contra o vê
sete dias na semana
o sol não falta nenhum
continha um espaço
com trocê e contra o vê
e num espaço tem movimento
onde reside a matéria
com trocê e contra o vê
e juntando matéria com movimento
não se perde espaço
com trocê e contra o vê
e avoou, avoou
trocentas palavras nos dedos
com trocê e contra o vê
e é beira-mar, é beira-mar
duzentas focas no ar
com trocê e contra o vê
sete sete são catorze
com mais sete vinteum
com trocê e contra o vê
sete dias na semana
o sol não falta nenhum
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
fora de área
pego o telefone
olho a agenda
últimas discadas
não tenho mensagens
todos meus amigos
na ilha deserta
eu no bucho da metrópole
dentro de casa
crédito que expira
nesta cidade
todos meus amigos
na ilha deserta
eu no bucho da metrópole
dentro de casa
pego o telefone
olho a agenda
últimas discadas
não tenho mensagens
crédito que expira
fora de área
olho a agenda
últimas discadas
não tenho mensagens
todos meus amigos
na ilha deserta
eu no bucho da metrópole
dentro de casa
crédito que expira
nesta cidade
todos meus amigos
na ilha deserta
eu no bucho da metrópole
dentro de casa
pego o telefone
olho a agenda
últimas discadas
não tenho mensagens
crédito que expira
fora de área
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
só sendo
venho dizer coisas diferentes
das que se ouve
por aí
as palavras são as mesmas
mas a minha voz
é essa
pra entender o santo
não há outra forma,
só sendo
das que se ouve
por aí
as palavras são as mesmas
mas a minha voz
é essa
pra entender o santo
não há outra forma,
só sendo
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
*
o vento move as folhas
levanta e gira a poeira
que hão de retornar ao solo
não olho pro espelho
e digou que vou embora
é tocar o lago
dissolvendo as imagens
levanta e gira a poeira
que hão de retornar ao solo
é a vidaas folhas secam e a terra molha
não olho pro espelho
e digou que vou embora
sem despedidasse aproximar da memória
é tocar o lago
dissolvendo as imagens
de dentro pra fora
*
estas palavras
não serão as últimas
ditas, cantadas
ou só pensadas
pra fora do tempo
através da vela (no quarto)
na madrugada
tantas vezes usadas
escritas e apagadas
evaporam na calma
nessa trajetória
palavras singelas
e sem volta?
não serão as últimas
ditas, cantadas
ou só pensadas
enquanto for assimando na memória
e estiver aqui
pra fora do tempo
através da vela (no quarto)
na madrugada
enquanto for assimestas palavras
e estiver aqui
tantas vezes usadas
escritas e apagadas
evaporam na calma
enquanto for assimo que significam
e estiver aqui
nessa trajetória
palavras singelas
e sem volta?
enquanto for assim
e estiver aqui
*
nesse caminho
o sol brilha na montanha
e vou calado
não há nada pra dizer
nem quem queira escutar
os ponteiros marcam
o outro lado
eu te digoamanhece
o sol brilha na montanha
pessoas corremeu percebo, entendo
pra todos lados
e vou calado
não há nada pra dizer
nem quem queira escutar
os ponteiros marcam
o outro lado
página 15
"à medida que meu horizonte
se alarga
as imagens que me cercam
parecem desenhar-se
sobre um fundo uniforme
e tornar-se indiferentes
pra mim."
se alarga
as imagens que me cercam
parecem desenhar-se
sobre um fundo uniforme
e tornar-se indiferentes
pra mim."
capoeira
o jogador que faz parte da
capoeira e não o inverso.
nos movimentos centrípetos
acontecendo desequilíbrios
para a transformação,
capoeiras executam signos,
fundamentos centrífugos.
nesse processo surge a
representação do todo
exterior e as modificações
engendradas pelos jogadores
na roda, no cosmos da vida
capoeira e não o inverso.
nos movimentos centrípetos
acontecendo desequilíbrios
para a transformação,
capoeiras executam signos,
fundamentos centrífugos.
nesse processo surge a
representação do todo
exterior e as modificações
engendradas pelos jogadores
na roda, no cosmos da vida
*
tudo passa
e o que vejo
a representação)
o que pensar?
o universo subsiste
além do detalhe
apagado no quadro
e o que vejo
vaiacontecendo
nas superfícies(nasce
do corpo
a representação)
o que pensar?
a partirdali e daqui
o universo subsiste
além do detalhe
apagado no quadro
*
movimento
agir e esperar
nos estímulos
imagens no mundo
somos
por toda parte
julguei ver
surgir no espaço
um papel
sentimento e sensação
surge e some
automática
rigorosamente passa
nas aparências
agir e esperar
nos estímulos
imagens no mundo
somos
por toda parte
julguei ver
surgir no espaço
um papel
sentimento e sensação
surge e some
automática
rigorosamente passa
nas aparências
11/01/11
céu azul
noite estrelada
que clareia
sonhos em pensamentos
vou no movimento
enquanto muitos
correm e não
alcançam
outros param
e não observam
estou aqui
atento ao mundo
ao grão de areia
num segundo
todos na multidão
cada qual uma
forma de solidão
alguns são silêncio
ao nascer e pôr
criando paisagens
para aqueles tantos
que de fora apenas
observam
quando penso assim
sobre o mundo
abstraio a janela
no instante
em que saio
e a chuva cai
da sua maneira
noite estrelada
que clareia
sonhos em pensamentos
vou no movimento
enquanto muitos
correm e não
alcançam
outros param
e não observam
estou aqui
atento ao mundo
ao grão de areia
num segundo
todos na multidão
cada qual uma
forma de solidão
alguns são silêncio
ao nascer e pôr
do soloutros cantam de suas celas
criando paisagens
para aqueles tantos
que de fora apenas
observam
quando penso assim
sobre o mundo
abstraio a janela
no instante
em que saio
e a chuva cai
da sua maneira
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
*
o silêncio inserido em
cada palavra articulada
consonância com
pensamentos
tocam o lago
desfazendo o espelho d'água
no instante em que falo
tentando captar
este movimento
com minha voz
cada palavra articulada
consonância com
pensamentos
que mudam
de forma
tocam o lago
desfazendo o espelho d'água
no instante em que falo
tentando captar
este movimento
com minha voz
ondulatóriaítens esquecidos no registro
vibratória
dissonante
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
poema liso (blues do dasein)
o início do mês
o fim da grana
sigo firme rumo aos outros 25 dias
seguro a barra, torço a roupa molhada
boto pra secar
e o que será vai ser mesmo
dentro ou fora do script
a vida é pra amadores
cordas pra trocar
sons pra cantar
no silêncio infinito
o fim da grana
sigo firme rumo aos outros 25 dias
seguro a barra, torço a roupa molhada
boto pra secar
e o que será vai ser mesmo
dentro ou fora do script
a vida é pra amadores
cordas pra trocar
sons pra cantar
no silêncio infinito
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