o cemitério estava lotado
final de tarde, todo mundo passeando nele
várias tumbas abertas
mostravam como um corpo pode ficar aos visitantes
algumas pessoas chegavam a mexer nos ossos em exposição
eu ia explicando sem falar o significado das esculturas nos túmulos
os pés de leão, o anjo que chora e o que aponta pro alto
já quase fechando, o sol se pondo, as pessoas saindo aos poucos
vi que o cadeado superior da porta principal tava só encostado
e o cadeado maior, de baixo, eu tinha a chave
decidi entrar no cemitério pela noite, mais vazio
bem, minha cama era na porta do cemitério
com lencóis brancos
em frente ao buteco, onde uma galera fica bebendo
ninguém me perturba
de noite eu fui lá ver o que rolava
vi o zelador pintando um quadro colorido
com a imagem da filha dele em preto e branco
acho que ela já morreu e ele é meio doido
na hora de sair, não dei esparro
uns políciais que estavam na porta nem notaram
encostei a porta e saí por aí
tô na praia agora
a garçonete traz uma anchova temperada enorme
e sardinhas, tudo cru
belisco umas 2 ou 3 sardinhas
ela volta pra começar a assar
e retorna com uma panela enorme cheia de arroz
vou misturando, soltando o pregado do arroz
lá embaixo descubro uns camarões
tô acordando, tô acordando
conhecidos que participaram do sonho:
jane, patrick, silvia, zito, clau, maria tereza
sonhos, imagens, ideias, visões, pensamentos, lapsos da mente, reflexos, êxtases, tempos etc e tal. ciclos no anti-horário sagrado da roda da vida.
quarta-feira, 24 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
os cães dos sonhos e das mitologias
estava deitado ainda, já acordando
quando os cachorrinhos começaram a cavar a porta
abriram e foram pra cima de mim
uma fêmea amarela, parecida com o pai
e um macho preto, parecido com a mãe
levantei com eles me lambendo e fazendo festa
enquanto espantava os dois de cima da cama
fui no lado de fora da casa
havia marcado uma pescaria com meu filho
o caseiro lá capinando
dei bom dia e falei pra ele dos cachorrinhos
ele me disse apenas que na roça devemos acordar antes dos cachorros
peguei uns pedaços de presunto, pra isca na pescaria
mas comi, pois vi que os peixes iam comer sem fisgar
troquei de isca, peguei pedaços de peixe congelados
fui pro açude e lá vi no chão um pedaço de carne
dava bem uns 3 quilos e estava sem o osso no meio
foi o que imaginei
e acordei
pensei que os cães são como o símbolo do tao:
o cachorro grande amarelo e a pequena cadela amarela
a grande cadela preta e o cachorrinho preto
os pequenos me acordaram os grandes estavam no quintal
Deusa Neit
É a antiga deusa da caça, seu animal sagrado era o cão.
Neit era chamada "a que abre os caminhos".
A característica desta Deusa é a sua grande capacidade de análise, paciência e senso de organização.
As pessoas nascidas sob a sua proteção são muito práticas, cuidadosas e reparam nos mínimos detalhes, porque estão sempre atentas a tudo o que acontece.
Sabendo usar as suas qualidades positivamente alcançam o que consideram a sua maior felicidade, segurança e serenidade, mas sempre correm o risco de perder o equilíbrio por não saberem dar o justo valor a cada coisa.
quando os cachorrinhos começaram a cavar a porta
abriram e foram pra cima de mim
uma fêmea amarela, parecida com o pai
e um macho preto, parecido com a mãe
levantei com eles me lambendo e fazendo festa
enquanto espantava os dois de cima da cama
fui no lado de fora da casa
havia marcado uma pescaria com meu filho
o caseiro lá capinando
dei bom dia e falei pra ele dos cachorrinhos
ele me disse apenas que na roça devemos acordar antes dos cachorros
peguei uns pedaços de presunto, pra isca na pescaria
mas comi, pois vi que os peixes iam comer sem fisgar
troquei de isca, peguei pedaços de peixe congelados
fui pro açude e lá vi no chão um pedaço de carne
dava bem uns 3 quilos e estava sem o osso no meio
muito estranho
foi o que imaginei
e acordei
pensei que os cães são como o símbolo do tao:
o cachorro grande amarelo e a pequena cadela amarela
a grande cadela preta e o cachorrinho preto
os pequenos me acordaram os grandes estavam no quintal
Deusa Neit
É a antiga deusa da caça, seu animal sagrado era o cão.
Neit era chamada "a que abre os caminhos".
A característica desta Deusa é a sua grande capacidade de análise, paciência e senso de organização.
As pessoas nascidas sob a sua proteção são muito práticas, cuidadosas e reparam nos mínimos detalhes, porque estão sempre atentas a tudo o que acontece.
Sabendo usar as suas qualidades positivamente alcançam o que consideram a sua maior felicidade, segurança e serenidade, mas sempre correm o risco de perder o equilíbrio por não saberem dar o justo valor a cada coisa.
quarta-feira, 17 de março de 2010
dragões e hárpias não se definem por palavras
acordei de madrugada
confundi a garrafa com água na escuridão
e quase dei um gole no álcool etílico, que cuspi
mas ainda ressecou meus lábios
de volta ao sonho, acordo dentro dele
a porta do quarto fechada, amanheceu
meu filho ali serelepeando perto
abro as portas e vejo águias
também uma revoada de urubus
uma gurizada zuadenta do lado de fora
em seguida passam dois dragões
um casal, são escuros e estão no alto
acredito serem hárpias
todo mundo vaza, desaparece
menos eu
o mestre dos magos
traz o macho para o solo
olho ele de perto, que entra no quarto
tenho receio mas não corro
ele tem movimentos calmos
aparentemente é quase dócil
fico olhando parado
o dragão veio até ali por algum motivo
o mestre o trouxe para eu vê-lo de perto
(além das mandingas dele, que desconheço)
também pra ver que são realmente dragões
por mais que eu acreditasse até então serem hárpias
dá pra identificar o macho e a fêmea
pois o macho tem uma parte branca nas costas
seguindo a coluna vertebral
a fêmea é mais arisca
ele volta a voar
a fêmea já está longe
leva meu sono
trazendo o despertar
isto aconteceu
se não me engano
em algum lugar da capital baiana
onde confundi o mictório
com a mesa do self service
que estava dentro da sala de aula
do curso de férias
eu ainda nem tinha acabado de mijar
tive que parar, pois voltaram do intervalo
jane ainda ficou brigando comigo
questionando como eu faço isso numa sala de aula
no intervalo do curso
penso agora que o mestre me fez ver
que confusões acontecem
e mijei só quando acordei
depois do gole de álcool
confundi a garrafa com água na escuridão
e quase dei um gole no álcool etílico, que cuspi
mas ainda ressecou meus lábios
de volta ao sonho, acordo dentro dele
a porta do quarto fechada, amanheceu
meu filho ali serelepeando perto
abro as portas e vejo águias
também uma revoada de urubus
uma gurizada zuadenta do lado de fora
em seguida passam dois dragões
um casal, são escuros e estão no alto
acredito serem hárpias
todo mundo vaza, desaparece
menos eu
o mestre dos magos
traz o macho para o solo
olho ele de perto, que entra no quarto
tenho receio mas não corro
ele tem movimentos calmos
aparentemente é quase dócil
fico olhando parado
o dragão veio até ali por algum motivo
o mestre o trouxe para eu vê-lo de perto
(além das mandingas dele, que desconheço)
também pra ver que são realmente dragões
por mais que eu acreditasse até então serem hárpias
dá pra identificar o macho e a fêmea
pois o macho tem uma parte branca nas costas
seguindo a coluna vertebral
a fêmea é mais arisca
ele volta a voar
a fêmea já está longe
leva meu sono
trazendo o despertar
isto aconteceu
se não me engano
em algum lugar da capital baiana
onde confundi o mictório
com a mesa do self service
que estava dentro da sala de aula
do curso de férias
eu ainda nem tinha acabado de mijar
tive que parar, pois voltaram do intervalo
jane ainda ficou brigando comigo
questionando como eu faço isso numa sala de aula
no intervalo do curso
penso agora que o mestre me fez ver
que confusões acontecem
e mijei só quando acordei
depois do gole de álcool
domingo, 7 de março de 2010
*
o mundo foi criado diversas vezes
contado de várias formas
em muitos tempos
por diferentes seres
em todos eles
foi assim
passou entre risos e choros
em muitas voltas
onde a risada e a boca se foram
até mesmo antes das lágrimas secarem
foi planejado
infinitamente
vivido de vários jeitos
até o máximo ou pouco mesmo
com ou sem razão de ser
os ciclos todos desapareceram
existindo
um eco crescendo
da solidão eminente de fim
aquele último momento que passando
acena quando a esquina dobra
e vai por aí
copos de vinho
secaram ou foram moídos
as cinzas são espalhadas
no mesmo movimento
dos sons acordados ou dormentes
quem lembra e já esqueceu
contado de várias formas
em muitos tempos
por diferentes seres
em todos eles
foi assim
passou entre risos e choros
em muitas voltas
onde a risada e a boca se foram
até mesmo antes das lágrimas secarem
foi planejado
infinitamente
vivido de vários jeitos
até o máximo ou pouco mesmo
com ou sem razão de ser
os ciclos todos desapareceram
existindo
um eco crescendo
da solidão eminente de fim
aquele último momento que passando
acena quando a esquina dobra
e vai por aí
copos de vinho
secaram ou foram moídos
as cinzas são espalhadas
no mesmo movimento
dos sons acordados ou dormentes
quem lembra e já esqueceu
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