ardendo os olhos
dedo na ferida
sonhos, imagens, ideias, visões, pensamentos, lapsos da mente, reflexos, êxtases, tempos etc e tal. ciclos no anti-horário sagrado da roda da vida.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
*
os dedos gastos
na passagem
trovejando ao longe
ao perto
uma vez mais
minha alma paira
no esquecimento
que surge quando em vez
em sonho
na passagem
trovejando ao longe
ao perto
uma vez mais
minha alma paira
no esquecimento
que surge quando em vez
em sonho
domingo, 5 de dezembro de 2010
sábado, 27 de novembro de 2010
*
sem sono
quee sem as palavras
tanto querem se colocar no lugar da ação
quase materializadas, palavras-coisas
sem sono eu caminho pela escuridão
tateando letras que se fazem escritas
letras, letrinhas, uma sopa de sentidos
os 3 sons da madrugada, baques de ferro
as lágrimas que secam
olhos ardem
e tudo vai passar
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
olhar
alguns momentos
não sei se sou porto ou barco
se vou se estou
indo, não há voltas
nem chegar
tem isso que vemos
uma vela acesa ainda
tem isso em que cremos
lembranças e pensamentos
tem o que esquecemos
por isso sonhos não tem peso
não sei se sou porto ou barco
se vou se estou
indo, não há voltas
nem chegar
tem isso que vemos
uma vela acesa ainda
tem isso em que cremos
lembranças e pensamentos
tem o que esquecemos
por isso sonhos não tem peso
*
quando sou terra
me banho de chuva
secando ao vento
num tempo incontável
a paisagem é a mesma
nas imagens e edições
únicas que somos
me banho de chuva
secando ao vento
para voarou sendo alimento de planta
num tempo incontável
pra ficarem impermanências
a paisagem é a mesma
nas imagens e edições
únicas que somos
*
decidi pisar na trilha
seguir a história
que ela conta
uma fada pousou em mim
me pergunto das minhas asas
em imaginação plano
há um horizonte
pois quando rompe o casulo
é pq não dá mais
se expande e o vento seca
torna leve
sem perceber já no ar
seguir a história
que ela conta
uma fada pousou em mim
e voou
me pergunto das minhas asas
em imaginação plano
há um horizonte
pois quando rompe o casulo
é pq não dá mais
se expande e o vento seca
torna leve
sem perceber já no ar
*
choro, sonho
não lembro
esquecendo de esquecer
memória
escombros e ruínas
que um dia foram cuidadas
permanecem mais que as pessoas
não lembro
esquecendo de esquecer
memória
escombros e ruínas
que um dia foram cuidadas
permanecem mais que as pessoas
terça-feira, 26 de outubro de 2010
*
sugado pelo vazio
na respiração que sai
água que vem afogando
quando o fôlego vai
na respiração que sai
água que vem afogando
quando o fôlego vai
na puxada trazendo mais água
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
pra que serve um gato
pra que serve um grito
na calçada, na calma, pé descalço
no silêncio embarcando súbito
uma nau que partiu
sorriu, acabou em prantos
navegou nas lágrimas e descobriu
o interior no fundo a correnteza
por onde o rio segue
a chuva desçe e vai
e assim por diante
cada dia, uns menos ou mais
enfim
é isso que vamos
poderia nem falar disso, mas
enfim, é isso mesmo
não é clássico, nem muito lírico
transcendência, tocando teclas de um notebook
numa sala vazia
o desenho seco no chão
natureza na mesa, quase certeza
e a fruteira é muito bonita
como era e sempre foi a arte
narrando a sensação de não haver palavras
na calçada, na calma, pé descalço
no silêncio embarcando súbito
uma nau que partiu
sorriu, acabou em prantos
navegou nas lágrimas e descobriu
o interior no fundo a correnteza
por onde o rio segue
a chuva desçe e vai
e assim por diante
cada dia, uns menos ou mais
enfim
é isso que vamos
poderia nem falar disso, mas
enfim, é isso mesmo
não é clássico, nem muito lírico
transcendência, tocando teclas de um notebook
numa sala vazia
o desenho seco no chão
natureza na mesa, quase certeza
e a fruteira é muito bonita
como era e sempre foi a arte
narrando a sensação de não haver palavras
terça-feira, 12 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
variação sobre uma jam
hey joe o que você foi fazer no maranhão
hey josé de ribamar
ó que horizonte belo
de se refletir
hey josé de ribamar
I'm goin' way down south
way down where I can be free
ain't no one gonna find me baby
eu jamais te esquecerei
são luís do maranhão
lá lá laiá lá lá laiá
lá-láá-lá-lá-láá
hey josé de ribamar
ó que horizonte belo
de se refletir
hey josé de ribamar
I'm goin' way down south
way down where I can be free
ain't no one gonna find me baby
eu jamais te esquecerei
são luís do maranhão
lá lá laiá lá lá laiá
lá-láá-lá-lá-láá
o colibri toma conta do jardim
hoje amanheci
dei bom dia ao dia
fiz as coisas em silêncio
e andei pelas ruas, paguei contas
fiz um almoço, parte de outro almoço
e que ainda continuou numa janta
vi um colibri vir tomar água na janela
quando tocava calix bento
e eu passava apressado
para um próximo momento
bem no ponto onde termina uma jornada
inicia outra
e assim sucessivamente
o colibri vai de flor em flor
sabendo disso instintivamente
e sua atitude gera a primavera florida
sem que ninguém perceba
dei bom dia ao dia
fiz as coisas em silêncio
e andei pelas ruas, paguei contas
fiz um almoço, parte de outro almoço
e que ainda continuou numa janta
vi um colibri vir tomar água na janela
quando tocava calix bento
e eu passava apressado
para um próximo momento
bem no ponto onde termina uma jornada
inicia outra
e assim sucessivamente
o colibri vai de flor em flor
sabendo disso instintivamente
e sua atitude gera a primavera florida
sem que ninguém perceba
sábado, 2 de outubro de 2010
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
a estrela de salomão
onde
no tempo o mapa
no espaço a garrafa
no mar o entremeio e a carta
no meio, entre o tesouro e o mapa
no baú enterrado sem a chave
no croqui desenhado, na memória
no espaço a garrafa
no mar o entremeio e a carta
no meio, entre o tesouro e o mapa
no baú enterrado sem a chave
no croqui desenhado, na memória
terça-feira, 21 de setembro de 2010
reflexos nas manhãs
queria a certeza
como se fosse
ao acaso que viesse
sem rodeios
no som
da tua voz
pra sair daqui
desse quem sou
apaziguar
como se fosse
ao acaso que viesse
sem rodeios
no som
da tua voz
pra sair daqui
desse quem sou
apaziguar
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
vendo daqui
não poderia imaginar
que iria sair daquelas árvores
das trilhas que andei
e estar aqui, vendo tudo
da perspectiva da memória
nessa estrada longa
enquanto a baba do cachorro tá ali
nos cheiros de terra, moscas no ar
que não vejo mais
girando nos dias, nas primaveras
em eras, lágrimas e colheitas
feitas na garoa das manhãs
glórias e histórias
pra esquecer, pra lembrar e contar
enfrentar a cidade grande
deixar no porto as lembranças
não concebo minha vida
sem as cicatrizes, sem as curas
que fizeram-me
tornaram-me um enredo
diluído nas palavras e causos
perdidos nos silêncios das mesas
dos coretos e das estrelas
que iria sair daquelas árvores
das trilhas que andei
e estar aqui, vendo tudo
da perspectiva da memória
nessa estrada longa
enquanto a baba do cachorro tá ali
nos cheiros de terra, moscas no ar
que não vejo mais
girando nos dias, nas primaveras
que chegamcomo secam e passam
em eras, lágrimas e colheitas
feitas na garoa das manhãs
glórias e histórias
pra esquecer, pra lembrar e contar
enfrentar a cidade grande
deixar no porto as lembranças
agora seguindo o balanço do irpara as batalhas
não concebo minha vida
sem as cicatrizes, sem as curas
que fizeram-me
tornaram-me um enredo
diluído nas palavras e causos
perdidos nos silêncios das mesas
dos coretos e das estrelas
*
vida é pele
a gente fica querendo
mas estamos na crosta
o mistério do planeta
a gente fica querendo
ir mais pra dentro,ou além disso
mas estamos na crosta
é onde pensamos
o mistério do planeta
domingo, 12 de setembro de 2010
pombos subterrâneos, frio e o derredor
fim de tarde
o dia vai passando pro outro lado
silêncio, vazio de sala
tudo vai assim
na correria, na calmaria
em novas manhãs
fim de inverno
mudam as estações
e os cantos dos pássaros
migrando
grãos que o tempo lançou
em algum lugar
grãos no chão
esquecimentos semeados
brotam e lembram
da natureza a narração
sem palavras ou reflexos de água
escrita com terra e chuva
escorrendo
escrita com frio e acalento
pergaminhando o novelo
em torno do sol
no eixo de um galho
tão sem nexo
o dia vai passando pro outro lado
silêncio, vazio de sala
tudo vai assim
na correria, na calmaria
em novas manhãs
fim de inverno
mudam as estações
e os cantos dos pássaros
migrando
grãos que o tempo lançou
em algum lugar
grãos no chão
esquecimentos semeados
brotam e lembram
da natureza a narração
sem palavras ou reflexos de água
escrita com terra e chuva
escorrendo
escrita com frio e acalento
pergaminhando o novelo
em torno do sol
no eixo de um galho
tão sem nexo
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Cometa Swift-Tuttle
olhei pro céu
meteoros vindo
pousaram na minha mão
O cometa Swift-Tuttle é um cometa que é responsável pela chuva de meteoros Perseida. Cada julho e agosto a Terra cruza esta trajetória do cometa causando uma chuva de meteoros.
O cometa Swift-Tuttle é o maior de todos os objetos celestes que faz repetidas passagens próximas à Terra.
Este cometa está em órbita em torno do Sol com um período de aproximadamente 130 anos.
O cometa Swift-Tuttle foi descoberto em 16 de julho de 1862 por Lewis Swift, de Marathon, Nova Iorque, e independentemente descoberto alguns dias mais tarde, 19 de julho de 1862, por Horace Parnell Tuttle, da Harvard University, e vários outros astronomos.
O cometa Swift-Tuttle é o mesmo que o cometa Kegler, o qual foi primeiro visto em 1737.
O cometa Swift-Tuttle foi visto pela última vez em 1992 e sua próxima visita será em 2126.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
***
som em fade out
movimento de dança
trans
na ginga o reggae roots
e nunchaku
louvado seja
o movimento
cíclico
voa e aterrisa
libélula
precisa tocando a superfície da água
formando vibrações que modulam o reflexo do céu
movimento de dança
trans
na ginga o reggae roots
e nunchaku
louvado seja
o movimento
cíclico
voa e aterrisa
libélula
precisa tocando a superfície da água
formando vibrações que modulam o reflexo do céu
domingo, 8 de agosto de 2010
village
uma árvore na calçada
passando entre a multidão
as pistas duplas
idas e voltas
você na janela, nas paredes
ecoa risos e tempestades
poderia ter sido assim
sem histórias
mas dentro da árvore
são esculpidas sementes
sempre foram um viés
que anoitece e quando clareia
vai rodando sem parecer
a árvore rodando, sobre um pião
o tempo, a matéria e a extensão
do infinito
na rocha um dia virando grão
passando entre a multidão
as pistas duplas
idas e voltas
você na janela, nas paredes
ecoa risos e tempestades
poderia ter sido assim
sem histórias
mas dentro da árvore
são esculpidas sementes
sempre foram um viés
que anoitece e quando clareia
vai rodando sem parecer
a árvore rodando, sobre um pião
o tempo, a matéria e a extensão
do infinito
na rocha um dia virando grão
sábado, 31 de julho de 2010
pra jane
nascendo o dia sol
abre os olhos
faz que volta a dormir e gira
o horizonte busca seu melhor ângulo de luz
fotografando a melodia
água de banho, de renovação e limpeza
pensamos em chuveiros nas caravanas
e todo o sistema das cavernas que habitamos
abre os olhos
faz que volta a dormir e gira
o horizonte busca seu melhor ângulo de luz
fotografando a melodia
água de banho, de renovação e limpeza
pensamos em chuveiros nas caravanas
e todo o sistema das cavernas que habitamos
quinta-feira, 22 de julho de 2010
glória
guardamos lembranças
mais que as caixas
a pintura está na parede
para alegrar quem por ali passar
os pássaros às seis da manhã
naturalmente no tempo dos dias que correm
procurando alimento, cantando
no meio de muitos
emitir o som da vida é ser e estar
os sonhos cardeais
que surgiram e molharam o chão
de cada dia
consagramos o aposento
isto fica como uma benção
para os que virão
mais que as caixas
a pintura está na parede
para alegrar quem por ali passar
os pássaros às seis da manhã
naturalmente no tempo dos dias que correm
procurando alimento, cantando
no meio de muitos
emitir o som da vida é ser e estar
continuando o caminho
há infinitas belezas
e as pegadas são tantas
os sonhos cardeais
que surgiram e molharam o chão
de cada dia
consagramos o aposento
isto fica como uma benção
para os que virão
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sonhando com Nanã e sincronicidades
parte I - o sonho
estava voltando pra casa
no meio da rua uma aglomeração festiva de terreiros
muitas gente de branco
duas rodas de pessoas
chego pra olhar a primeira
me pedem licença pra Nanã passar
ela entra na roda
é uma senhora e está com roupa branca com detalhes vermelhos
a outra roda, com alguns detalhes azuis, é pra Ogum
sonho ainda que estou pelado no metrô
tomando banho na área de embarque
na esquina dos túneis chega um trem gigante, com poucos vagões
passa quase destruindo o túnel principal, entortando os trilhos
parte II - acordado, dia 26 de junho, um sábado ensolarado
fui no parque lage com Jane, Heidy e Letícia
passeando perto da Lagoa dos Patos, o óculos de Jane cai na água
praticamente salta de sua cabeça
nos domínios de Nanã, perto de Oxum
neste local elas estão muito próximas
e confundem à primeira vista
vou buscar pra Jane, entro na água
mesmo imaginando se há uma jibóia por ali
o chão de folhas em decomposição é fofo
quando piso surge um cheiro característico, entre a névoa de lama
depois tomo um banho de cachoeira, antes de ir pra aula
parte III
na aula de arte sonora, um vídeo é exibido:
trans europe express, do kraftwerk
aparece um trem enorme, com poucos vagões
fico encucado com o sonho
parte IV
chego em casa de noite, procuro no google algo sobre Nanã
a seguir, alguns trechos do que está escrito na wikipedia:
Nanã Buruku é um nome pertinente a um vodun e orixá das chuvas, dos mangues, do pântano, da lama (barro molhado), senhora da Morte, e responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne).
Nanã é chamada carinhosamente de "Avó", por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas religiões Afro-brasileiras. Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como "Mãe-Terra Primordial" dos grãos e dos mortos, Nanã Buruku poderia ser equiparada à deusa greco-romana Deméter-Ceres-Cíbele.
Protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. É um vodun, segundo alguns pesquisadores, originário de Dassa-Zoumé, é uma velha divindade das águas.
Dia: sábado Data: 26 de Junho
Domínios: Vida e morte, saúde e maternidade
Saudação: Salúba!
Certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, o que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual. Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não era tão importante assim, torceu com as próprias mãos o pescoço dos animais destinados ao sacrifício em seu ritual. É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal.
posto aqui uma canção que compus em 2006
samba dos barbilhões
o reflexo do espelho, chego a duvidar
ela mora no rio, e já quis me levar
conheço seus caminhos, neles encontro o mar
e quando me visita, sei que posso não acordar
mas eu não ligo a luz, até sua voz escutar
talvez num desses dias, vamos nos encontrar
enquanto isso eu sigo, como um peixe a nadar
vivendo minha vida
sangro e a máquina quer que eu chore
quer meu tempo e minha força
a máquina quer disfarçar seu frio com minha alma exausta
calor de parede em fim de tarde
logo tão fria quanto a carne
destituída de direitos, da vida
afunilam-se várias gerações moídas em série
enquanto poucos tornam-se incapazes de continuar a produção
seja o mendigo, o alcoólatra, o jovem, miseráveis e enfermos
o último dos vagabundos, sempre o último
a lâmina capacitando com arte cada pedaço cortado
a tornar-se um óleo feito da essência humana para a combustão
a máquina quer gerar, mas é estéril
por isso, devora todos os filhos
enquanto toco a música
através dessas ilusões
mas eu não ligo a luz, até sua voz escutar
talvez num desses dias, vamos nos encontrar
enquanto isso eu sigo, como um peixe a nadar
vivendo minha vida
estava voltando pra casa
no meio da rua uma aglomeração festiva de terreiros
muitas gente de branco
duas rodas de pessoas
chego pra olhar a primeira
me pedem licença pra Nanã passar
ela entra na roda
é uma senhora e está com roupa branca com detalhes vermelhos
a outra roda, com alguns detalhes azuis, é pra Ogum
sonho ainda que estou pelado no metrô
tomando banho na área de embarque
na esquina dos túneis chega um trem gigante, com poucos vagões
passa quase destruindo o túnel principal, entortando os trilhos
parte II - acordado, dia 26 de junho, um sábado ensolarado
fui no parque lage com Jane, Heidy e Letícia
passeando perto da Lagoa dos Patos, o óculos de Jane cai na água
praticamente salta de sua cabeça
nos domínios de Nanã, perto de Oxum
neste local elas estão muito próximas
e confundem à primeira vista
vou buscar pra Jane, entro na água
mesmo imaginando se há uma jibóia por ali
o chão de folhas em decomposição é fofo
quando piso surge um cheiro característico, entre a névoa de lama
depois tomo um banho de cachoeira, antes de ir pra aula
parte III
na aula de arte sonora, um vídeo é exibido:
trans europe express, do kraftwerk
aparece um trem enorme, com poucos vagões
fico encucado com o sonho
parte IV
chego em casa de noite, procuro no google algo sobre Nanã
a seguir, alguns trechos do que está escrito na wikipedia:
Nanã Buruku é um nome pertinente a um vodun e orixá das chuvas, dos mangues, do pântano, da lama (barro molhado), senhora da Morte, e responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne).
Nanã é chamada carinhosamente de "Avó", por ser usualmente imaginada como uma anciã. É cultuada em todo o Brasil nas religiões Afro-brasileiras. Seu emblema é o Ibiri que caracteriza sua relação com os espíritos ancestrais. Como "Mãe-Terra Primordial" dos grãos e dos mortos, Nanã Buruku poderia ser equiparada à deusa greco-romana Deméter-Ceres-Cíbele.
Protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais. É um vodun, segundo alguns pesquisadores, originário de Dassa-Zoumé, é uma velha divindade das águas.
Dia: sábado Data: 26 de Junho
Domínios: Vida e morte, saúde e maternidade
Saudação: Salúba!
Certa vez, os Orixás se reuniram e começaram a discutir qual deles seria o mais importante. A maioria apontava Ogum, considerando que ele é o Orixá do ferro, o que deu à humanidade o conhecimento sobre o preparo e uso das armas de guerra, dos instrumentos para agricultura, caça e pesca, e das facas para uso doméstico e ritual. Somente Nanã discordou e, para provar que Ogum não era tão importante assim, torceu com as próprias mãos o pescoço dos animais destinados ao sacrifício em seu ritual. É por isso que os sacrifícios para Nanã não podem ser feitos com instrumentos de metal.
fiquei intrigado com todas sincronicidades
posto aqui uma canção que compus em 2006
samba dos barbilhões
o reflexo do espelho, chego a duvidar
ela mora no rio, e já quis me levar
conheço seus caminhos, neles encontro o mar
e quando me visita, sei que posso não acordar
mas eu não ligo a luz, até sua voz escutar
talvez num desses dias, vamos nos encontrar
enquanto isso eu sigo, como um peixe a nadar
vivendo minha vida
sangro e a máquina quer que eu chore
quer meu tempo e minha força
a máquina quer disfarçar seu frio com minha alma exausta
calor de parede em fim de tarde
logo tão fria quanto a carne
destituída de direitos, da vida
afunilam-se várias gerações moídas em série
enquanto poucos tornam-se incapazes de continuar a produção
seja o mendigo, o alcoólatra, o jovem, miseráveis e enfermos
o último dos vagabundos, sempre o último
a lâmina capacitando com arte cada pedaço cortado
a tornar-se um óleo feito da essência humana para a combustão
a máquina quer gerar, mas é estéril
por isso, devora todos os filhos
enquanto toco a música
através dessas ilusões
mas eu não ligo a luz, até sua voz escutar
talvez num desses dias, vamos nos encontrar
enquanto isso eu sigo, como um peixe a nadar
vivendo minha vida
sábado, 26 de junho de 2010
acordado dormindo
outro dia descobri que estava sonhando
antes de acordar
foi legal ter consciência mesmo dormindo
antes de acordar
foi legal ter consciência mesmo dormindo
quinta-feira, 27 de maio de 2010
*
minha musa inspira
expira, transpira
e dorme felinamente
a toalha seca ao vento
que arrudeia a montanha
quando anoitece
deixando traços
marcas & fotos
mais um pássaro no quadro
expira, transpira
e dorme felinamente
a toalha seca ao vento
que arrudeia a montanha
quando anoitece
deixando traços
marcas & fotos
mais um pássaro no quadro
quinta-feira, 20 de maio de 2010
música & solidão com ou sem desafinação
quando estive mais sozinho, ganhei um violão do meu pai
aprendi a ficar comigo, a pensar e seguir
a música me proporcionou aventuras & amigos
e muito amor que nunca poderia imaginar
assim, pude compartilhar um pouco de mim
para além das minhas dificuldades
com a música, pude brincar com palavras
e manter um pouco da essência da infância
mesmo quando me vejo no espelho, fazendo a barba
e ficando mais velho que alguns músicos lendários
autores das minhas músicas favoritas
mitos que morreram cedo, no meio do caminho
ou apareceram e me espantaram nas madrugadas & quintais
fiz pessoas felizes
pra tornar minha alma mais leve
em alguns momentos
inebriado por sorrisos, por amores
& me sentir vivo
esses tempos venho percebendo o caminho desde onde saí
é tão longe que nem tenho ideia certa do quanto
sei que não chegarei ao fim e nem onde muitos querem que eu vá
que são uma parte do que sou
nessa busca incessante para melhorar
de alguma forma ou de outra
estou nesse corpo, sou nesse corpo & para além dele
digitante de palavras cantantes
rabiscante de traços tortos, que às vezes redesenho
vindos de não sei onde
quem sabe psicografados, loucuras ou apenas viagens
e se esse eu-sou-estou & vou
não veio com todos opcionais de fábrica
ou foi muito esmerilhado pelas calçadas
ainda assim aproveitarei o que tenho e o que me resta
cuidando da melhor forma possível
que eu possa perceber e o acaso e intuição me mostrar
buscando ser feliz e me divertindo
seja num mega parque de diversões
ou no não-lugar imenso da minha imaginação
uma força me levando em frente
não me deixa parar
no caminho que é infinito
e tantas vezes foi e será vazio
somente voz e violão
um berimbau, uma guitarra
pra sorrir, pra chorar
música, não me deixe parar
por aí
sem sorrisos
aprendi a ficar comigo, a pensar e seguir
a música me proporcionou aventuras & amigos
e muito amor que nunca poderia imaginar
assim, pude compartilhar um pouco de mim
para além das minhas dificuldades
com a música, pude brincar com palavras
e manter um pouco da essência da infância
mesmo quando me vejo no espelho, fazendo a barba
e ficando mais velho que alguns músicos lendários
autores das minhas músicas favoritas
mitos que morreram cedo, no meio do caminho
enquanto eu já cheguei até bem aquicom algumas músicas que me surgiram
aos trancos e barrancos
para além das 27 primaveras limítrofes
da juventude midiáticavim sem eternidade nem garantias de nada
ou apareceram e me espantaram nas madrugadas & quintais
fiz pessoas felizes
(é verdade, bem poucas, mesmo contando comigomas o suficiente
pra tornar minha alma mais leve
em alguns momentos
inebriado por sorrisos, por amores
& me sentir vivo
esses tempos venho percebendo o caminho desde onde saí
é tão longe que nem tenho ideia certa do quanto
sei que não chegarei ao fim e nem onde muitos querem que eu vá
de um fôlego sóe tenho noção de algumas das minhas limitações
que são uma parte do que sou
nessa busca incessante para melhorar
de alguma forma ou de outra
estou nesse corpo, sou nesse corpo & para além dele
digitante de palavras cantantes
rabiscante de traços tortos, que às vezes redesenho
vindos de não sei onde
quem sabe psicografados, loucuras ou apenas viagens
e se esse eu-sou-estou & vou
não veio com todos opcionais de fábrica
ou foi muito esmerilhado pelas calçadas
ainda assim aproveitarei o que tenho e o que me resta
cuidando da melhor forma possível
que eu possa perceber e o acaso e intuição me mostrar
buscando ser feliz e me divertindo
seja num mega parque de diversões
ou no não-lugar imenso da minha imaginação
uma força me levando em frente
não me deixa parar
no caminho que é infinito
e tantas vezes foi e será vazio
somente voz e violão
um berimbau, uma guitarra
pra sorrir, pra chorar
música, não me deixe parar
por aí
sem sorrisos
PS: o tanto que andar
ainda será sempre o meio de um caminho
que chega ao infinito
somente visto do lado de fora
terça-feira, 18 de maio de 2010
*
restauro a cada dia um caminho em pedaços do ontem
com a chuva venho em gotas alimentando fungos
quando chego sou transparente
quando me vou sou invisível
cada feixe entrando num ponto
armadilha para a imagem que passou
com a chuva venho em gotas alimentando fungos
molhando folhas
quando chego sou transparente
quando me vou sou invisível
cascatas de luz
cada feixe entrando num ponto
armadilha para a imagem que passou
domingo, 16 de maio de 2010
*
ruínas com brinquedos
pedrinhas
plásticas
amanhecido
infantilmente
pedrinhas
rodas de carro
plásticas
restos de um ontem
amanhecido
tudo que relembrou
infantilmente
quarta-feira, 5 de maio de 2010
*
jogo das trocas
lados da moeda
além de trocos e trocados
apostas das palavras
as trocas de informações
sem preço
lados da moeda
além de trocos e trocados
apostas das palavras
as trocas de informações
sem preço
quarta-feira, 28 de abril de 2010
*
uma cidade
que não vou nunca
saber qual
tem a forma do
teu rosto
deitada
com os cabelos soltos
e nem sei quem és
que não vou nunca
saber qual
tem a forma do
teu rosto
deitada
com os cabelos soltos
e nem sei quem és
umaqui outrali
as cidades começam
como faíscas
que se alastram
e de noite vemos
as suas brasas
do alto
a lua vai traçando
e refletindo nos
lagos, riachos e espelhos d'água
no horizonte tem
3 planetas
todos em carreirinha
um é marte o outro júpiter
e a lua mais acima
como faíscas
que se alastram
e de noite vemos
as suas brasas
urbanas
do alto
a lua vai traçando
e refletindo nos
lagos, riachos e espelhos d'água
no horizonte tem
3 planetas
todos em carreirinha
um é marte o outro júpiter
e a lua mais acima
na volta
lá embaixo a
uma crosta de luz
refletida nas
em cima as estrelas e a lua
longe os trovões na parede escura
II
ligo a luz
pra ler
o mundo some
num excesso de
mas não dentro de mim
dentro de momentos
e instantes
minha passagem é
mais rápida que meus
não entendo como
talvez compreendesse
como quem faz sonhos
com temperos que temos
na cozinha
você luz
sobre o chão
além disso
voando no solo
lento fundo e mar
onde imaginamos
III
e estaremos em
avião ônibus
qualquer coisa que
passe numa madrugada
antes do dia nascer
me tens por casa
e te tenho por brisa
em meu rosto
que duvida do vento
na ilusão do suor
em mim besuntado
é difícil crer
mais ainda desacreditar
mas sempre seguir
hoje eu, amanhã você
e quem antes de mim
me trouxe aqui
no balançar tênue
e lânguido de
móbiles que somem
chega um novo dia
cidade
uma crosta de luz
refletida nas
nuvens
em cima as estrelas e a lua
longe os trovões na parede escura
II
ligo a luz
pra ler
o mundo some
num excesso de
perto
mas não dentro de mim
esses tempos
dentro de momentos
e instantes
minha passagem é
mais rápida que meus
passos
não entendo como
talvez compreendesse
como quem faz sonhos
com temperos que temos
na cozinha
você luz
você chamas
sobre o chão
além disso
corro no ar
voando no solo
lento fundo e mar
onde imaginamos
III
e estaremos em
pensamento
avião ônibus
qualquer coisa que
passe numa madrugada
antes do dia nascer
me tens por casa
e te tenho por brisa
em meu rosto
que duvida do vento
na ilusão do suor
em mim besuntado
é difícil crer
mais ainda desacreditar
mas sempre seguir
hoje eu, amanhã você
e quem antes de mim
me trouxe aqui
no balançar tênue
e lânguido de
móbiles que somem
conforme
chega um novo dia
domingo, 18 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
ritornelo
sou a casa
o interior
desterritorializadamente
estou
sendo o longe
cada vez mais próximo
de onde chegarei
pois nunca saí
desse ir
o interior
desterritorializadamente
estou
sendo o longe
cada vez mais próximo
de onde chegarei
pois nunca saí
desse ir
sexta-feira, 9 de abril de 2010
chuva
sons de helicópteros
bombeiros e ambulâncias
chegam pela janela
onde olho intacta a paisagem da montanha
um vende sereno
folhas meditam após a chuva
o caos lá fora, um tanto longe
em seguida olho pra dentro
meus pensamentos inundados
certezas soterradas
algumas identidades mortas
outras desaparecidas
bombeiros e ambulâncias
chegam pela janela
onde olho intacta a paisagem da montanha
um vende sereno
folhas meditam após a chuva
o caos lá fora, um tanto longe
penso
em seguida olho pra dentro
meus pensamentos inundados
certezas soterradas
algumas identidades mortas
outras desaparecidas
no silêncio
fragmento
três cobras no varal
diferentes espécies
escuto a explicação
sobre os diferentes venenos
em todos três
a morte é a mesma
para a vítima
mas posso fazer uso dessas informações
criando antídotos
afastando o perigo
A interpretação dos sonhos é importante, na Antigüidade, porque é através da significação de um sonho que se pode ler o indício de um acontecimento futuro.
As técnicas de si - Foucault
Sonhos são realidades futuras - Os sonhos de ontem são frequentemente as realidades de amanhã.
Aforismos - Bruce Lee
diferentes espécies
escuto a explicação
sobre os diferentes venenos
em todos três
a morte é a mesma
para a vítima
mas posso fazer uso dessas informações
criando antídotos
afastando o perigo
A interpretação dos sonhos é importante, na Antigüidade, porque é através da significação de um sonho que se pode ler o indício de um acontecimento futuro.
As técnicas de si - Foucault
Sonhos são realidades futuras - Os sonhos de ontem são frequentemente as realidades de amanhã.
Aforismos - Bruce Lee
segunda-feira, 5 de abril de 2010
como deve ser a viagem
voltando nas paisagens gastas
às vezes nem olho
sentindo a tarde no vento
as pessoas em seus caminhos
escuto are we a warriors
escorrendo nas paredes de pedra
com lama e casas
uma onda que vem de cima
os medos ficaram por aí
ou foram lançados adormecidos
no esquecimento
em algum lugar longe daqui
às vezes nem olho
sentindo a tarde no vento
as pessoas em seus caminhos
escuto are we a warriors
pelo que soutocando num telefone
não pelo que tenho
the earth is aloneo calor de verão prestes a acabar
and I give thanks for the fullness
within the firmaments
is golden days and blossoming nights
escorrendo nas paredes de pedra
com lama e casas
uma onda que vem de cima
cai em cheiona marca resplandecente do guerreiro
me acorda
are we a warriorcascas cicatrizadas caindo uma a uma
wo oh oh Cupid, it's stupid
let not you arrow from your bow
and never let it go
os medos ficaram por aí
ou foram lançados adormecidos
no esquecimento
em algum lugar longe daqui
no tempo de uma dança
o som dentro, onde estamos
quarta-feira, 24 de março de 2010
sonho do cemitério
o cemitério estava lotado
final de tarde, todo mundo passeando nele
várias tumbas abertas
mostravam como um corpo pode ficar aos visitantes
algumas pessoas chegavam a mexer nos ossos em exposição
eu ia explicando sem falar o significado das esculturas nos túmulos
os pés de leão, o anjo que chora e o que aponta pro alto
já quase fechando, o sol se pondo, as pessoas saindo aos poucos
vi que o cadeado superior da porta principal tava só encostado
e o cadeado maior, de baixo, eu tinha a chave
decidi entrar no cemitério pela noite, mais vazio
bem, minha cama era na porta do cemitério
com lencóis brancos
em frente ao buteco, onde uma galera fica bebendo
ninguém me perturba
de noite eu fui lá ver o que rolava
vi o zelador pintando um quadro colorido
com a imagem da filha dele em preto e branco
acho que ela já morreu e ele é meio doido
na hora de sair, não dei esparro
uns políciais que estavam na porta nem notaram
encostei a porta e saí por aí
tô na praia agora
a garçonete traz uma anchova temperada enorme
e sardinhas, tudo cru
belisco umas 2 ou 3 sardinhas
ela volta pra começar a assar
e retorna com uma panela enorme cheia de arroz
vou misturando, soltando o pregado do arroz
lá embaixo descubro uns camarões
tô acordando, tô acordando
conhecidos que participaram do sonho:
jane, patrick, silvia, zito, clau, maria tereza
final de tarde, todo mundo passeando nele
várias tumbas abertas
mostravam como um corpo pode ficar aos visitantes
algumas pessoas chegavam a mexer nos ossos em exposição
eu ia explicando sem falar o significado das esculturas nos túmulos
os pés de leão, o anjo que chora e o que aponta pro alto
já quase fechando, o sol se pondo, as pessoas saindo aos poucos
vi que o cadeado superior da porta principal tava só encostado
e o cadeado maior, de baixo, eu tinha a chave
decidi entrar no cemitério pela noite, mais vazio
bem, minha cama era na porta do cemitério
com lencóis brancos
em frente ao buteco, onde uma galera fica bebendo
ninguém me perturba
de noite eu fui lá ver o que rolava
vi o zelador pintando um quadro colorido
com a imagem da filha dele em preto e branco
acho que ela já morreu e ele é meio doido
na hora de sair, não dei esparro
uns políciais que estavam na porta nem notaram
encostei a porta e saí por aí
tô na praia agora
a garçonete traz uma anchova temperada enorme
e sardinhas, tudo cru
belisco umas 2 ou 3 sardinhas
ela volta pra começar a assar
e retorna com uma panela enorme cheia de arroz
vou misturando, soltando o pregado do arroz
lá embaixo descubro uns camarões
tô acordando, tô acordando
conhecidos que participaram do sonho:
jane, patrick, silvia, zito, clau, maria tereza
terça-feira, 23 de março de 2010
os cães dos sonhos e das mitologias
estava deitado ainda, já acordando
quando os cachorrinhos começaram a cavar a porta
abriram e foram pra cima de mim
uma fêmea amarela, parecida com o pai
e um macho preto, parecido com a mãe
levantei com eles me lambendo e fazendo festa
enquanto espantava os dois de cima da cama
fui no lado de fora da casa
havia marcado uma pescaria com meu filho
o caseiro lá capinando
dei bom dia e falei pra ele dos cachorrinhos
ele me disse apenas que na roça devemos acordar antes dos cachorros
peguei uns pedaços de presunto, pra isca na pescaria
mas comi, pois vi que os peixes iam comer sem fisgar
troquei de isca, peguei pedaços de peixe congelados
fui pro açude e lá vi no chão um pedaço de carne
dava bem uns 3 quilos e estava sem o osso no meio
foi o que imaginei
e acordei
pensei que os cães são como o símbolo do tao:
o cachorro grande amarelo e a pequena cadela amarela
a grande cadela preta e o cachorrinho preto
os pequenos me acordaram os grandes estavam no quintal
Deusa Neit
É a antiga deusa da caça, seu animal sagrado era o cão.
Neit era chamada "a que abre os caminhos".
A característica desta Deusa é a sua grande capacidade de análise, paciência e senso de organização.
As pessoas nascidas sob a sua proteção são muito práticas, cuidadosas e reparam nos mínimos detalhes, porque estão sempre atentas a tudo o que acontece.
Sabendo usar as suas qualidades positivamente alcançam o que consideram a sua maior felicidade, segurança e serenidade, mas sempre correm o risco de perder o equilíbrio por não saberem dar o justo valor a cada coisa.
quando os cachorrinhos começaram a cavar a porta
abriram e foram pra cima de mim
uma fêmea amarela, parecida com o pai
e um macho preto, parecido com a mãe
levantei com eles me lambendo e fazendo festa
enquanto espantava os dois de cima da cama
fui no lado de fora da casa
havia marcado uma pescaria com meu filho
o caseiro lá capinando
dei bom dia e falei pra ele dos cachorrinhos
ele me disse apenas que na roça devemos acordar antes dos cachorros
peguei uns pedaços de presunto, pra isca na pescaria
mas comi, pois vi que os peixes iam comer sem fisgar
troquei de isca, peguei pedaços de peixe congelados
fui pro açude e lá vi no chão um pedaço de carne
dava bem uns 3 quilos e estava sem o osso no meio
muito estranho
foi o que imaginei
e acordei
pensei que os cães são como o símbolo do tao:
o cachorro grande amarelo e a pequena cadela amarela
a grande cadela preta e o cachorrinho preto
os pequenos me acordaram os grandes estavam no quintal
Deusa Neit
É a antiga deusa da caça, seu animal sagrado era o cão.
Neit era chamada "a que abre os caminhos".
A característica desta Deusa é a sua grande capacidade de análise, paciência e senso de organização.
As pessoas nascidas sob a sua proteção são muito práticas, cuidadosas e reparam nos mínimos detalhes, porque estão sempre atentas a tudo o que acontece.
Sabendo usar as suas qualidades positivamente alcançam o que consideram a sua maior felicidade, segurança e serenidade, mas sempre correm o risco de perder o equilíbrio por não saberem dar o justo valor a cada coisa.
quarta-feira, 17 de março de 2010
dragões e hárpias não se definem por palavras
acordei de madrugada
confundi a garrafa com água na escuridão
e quase dei um gole no álcool etílico, que cuspi
mas ainda ressecou meus lábios
de volta ao sonho, acordo dentro dele
a porta do quarto fechada, amanheceu
meu filho ali serelepeando perto
abro as portas e vejo águias
também uma revoada de urubus
uma gurizada zuadenta do lado de fora
em seguida passam dois dragões
um casal, são escuros e estão no alto
acredito serem hárpias
todo mundo vaza, desaparece
menos eu
o mestre dos magos
traz o macho para o solo
olho ele de perto, que entra no quarto
tenho receio mas não corro
ele tem movimentos calmos
aparentemente é quase dócil
fico olhando parado
o dragão veio até ali por algum motivo
o mestre o trouxe para eu vê-lo de perto
(além das mandingas dele, que desconheço)
também pra ver que são realmente dragões
por mais que eu acreditasse até então serem hárpias
dá pra identificar o macho e a fêmea
pois o macho tem uma parte branca nas costas
seguindo a coluna vertebral
a fêmea é mais arisca
ele volta a voar
a fêmea já está longe
leva meu sono
trazendo o despertar
isto aconteceu
se não me engano
em algum lugar da capital baiana
onde confundi o mictório
com a mesa do self service
que estava dentro da sala de aula
do curso de férias
eu ainda nem tinha acabado de mijar
tive que parar, pois voltaram do intervalo
jane ainda ficou brigando comigo
questionando como eu faço isso numa sala de aula
no intervalo do curso
penso agora que o mestre me fez ver
que confusões acontecem
e mijei só quando acordei
depois do gole de álcool
confundi a garrafa com água na escuridão
e quase dei um gole no álcool etílico, que cuspi
mas ainda ressecou meus lábios
de volta ao sonho, acordo dentro dele
a porta do quarto fechada, amanheceu
meu filho ali serelepeando perto
abro as portas e vejo águias
também uma revoada de urubus
uma gurizada zuadenta do lado de fora
em seguida passam dois dragões
um casal, são escuros e estão no alto
acredito serem hárpias
todo mundo vaza, desaparece
menos eu
o mestre dos magos
traz o macho para o solo
olho ele de perto, que entra no quarto
tenho receio mas não corro
ele tem movimentos calmos
aparentemente é quase dócil
fico olhando parado
o dragão veio até ali por algum motivo
o mestre o trouxe para eu vê-lo de perto
(além das mandingas dele, que desconheço)
também pra ver que são realmente dragões
por mais que eu acreditasse até então serem hárpias
dá pra identificar o macho e a fêmea
pois o macho tem uma parte branca nas costas
seguindo a coluna vertebral
a fêmea é mais arisca
ele volta a voar
a fêmea já está longe
leva meu sono
trazendo o despertar
isto aconteceu
se não me engano
em algum lugar da capital baiana
onde confundi o mictório
com a mesa do self service
que estava dentro da sala de aula
do curso de férias
eu ainda nem tinha acabado de mijar
tive que parar, pois voltaram do intervalo
jane ainda ficou brigando comigo
questionando como eu faço isso numa sala de aula
no intervalo do curso
penso agora que o mestre me fez ver
que confusões acontecem
e mijei só quando acordei
depois do gole de álcool
domingo, 7 de março de 2010
*
o mundo foi criado diversas vezes
contado de várias formas
em muitos tempos
por diferentes seres
em todos eles
foi assim
passou entre risos e choros
em muitas voltas
onde a risada e a boca se foram
até mesmo antes das lágrimas secarem
foi planejado
infinitamente
vivido de vários jeitos
até o máximo ou pouco mesmo
com ou sem razão de ser
os ciclos todos desapareceram
existindo
um eco crescendo
da solidão eminente de fim
aquele último momento que passando
acena quando a esquina dobra
e vai por aí
copos de vinho
secaram ou foram moídos
as cinzas são espalhadas
no mesmo movimento
dos sons acordados ou dormentes
quem lembra e já esqueceu
contado de várias formas
em muitos tempos
por diferentes seres
em todos eles
foi assim
passou entre risos e choros
em muitas voltas
onde a risada e a boca se foram
até mesmo antes das lágrimas secarem
foi planejado
infinitamente
vivido de vários jeitos
até o máximo ou pouco mesmo
com ou sem razão de ser
os ciclos todos desapareceram
existindo
um eco crescendo
da solidão eminente de fim
aquele último momento que passando
acena quando a esquina dobra
e vai por aí
copos de vinho
secaram ou foram moídos
as cinzas são espalhadas
no mesmo movimento
dos sons acordados ou dormentes
quem lembra e já esqueceu
sábado, 27 de fevereiro de 2010
*
me sinto estranho
tenho mais palavras
que interlocutores
as conversas
parecem escassas
vou ficando nos
com licenças &
dessa vida
motorista, abre a porta aí
por favor, quanto custa?
ninguém sabe
e nem quer saber
tenho mais palavras
que interlocutores
as conversas
parecem escassas
vou ficando nos
com licenças &
desculpas
dessa vida
motorista, abre a porta aí
por favor, quanto custa?
ninguém sabe
e nem quer saber
deitado
olhando pra frente
que é em cima
além da montanha
na brecha de céu
que me cabe
nesse universo
também cela dos viventes
tela por onde passamos
para além do vidro
nem sendo alma seria assim
vou me colocando
onde devo ficar ou pousar
de voos e pensamentos
na minha forma de procurar
assim desse jeito
vou aprendendo
um dia disse coisas
sobre dias nublados
sobre cantos com cestos
roupas e livros sobre a cama
um dia
que é em cima
além da montanha
na brecha de céu
que me cabe
nesse universo
também cela dos viventes
tela por onde passamos
para além do vidro
nem sendo alma seria assim
vou me colocando
onde devo ficar ou pousar
de voos e pensamentos
na minha forma de procurar
assim desse jeito
vou aprendendo
um dia disse coisas
sobre dias nublados
sobre cantos com cestos
roupas e livros sobre a cama
um dia
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
voluntário
não sou apenas uma adaptação
de um mesmo mundo
nem mesmo sou a cópia da paisagem
sob uma mesma ótica
mas coexisto com eles & tudo
em igualdade de existência
dentro desse movimento
de um mesmo mundo
nem mesmo sou a cópia da paisagem
sob uma mesma ótica
tem maisnão sou nem planeta, nem sol nem lua
mas coexisto com eles & tudo
em igualdade de existência
dentro desse movimento
que vivemos
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
*
de volta ao rio
para banhos que banharei
além da água evaporada
com a qual certa vez
chove
para banhos que banharei
além da água evaporada
com a qual certa vez
me lavei
chove
(quase o café queima)
sábado, 20 de fevereiro de 2010
sonho no quarto da velha
a galera de outro planeta quando pinta na terra não vem de longe, mas aparece perto. as duas meninas de babydoll entraram no quarto juntas. eu tento pegar o ferro de soldar antes de entrar também, mas um alien passa perto e me escondo na mata ciliar. intuo que o sonho está para acabar. por isso, preciso me concentrar e usar o pensamento plenamente antes que o dia amanheça ou os ácaros me devorem
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
*
depois da chuva
cantos molhados
pisadas bêbadas
cambaleando
zigue-zagues
depois da chuva
aguardamos uma forma de secar
cantos molhados
que desviamosem passos irregulares
pisadas bêbadas
cambaleando
zigue-zagues
depois da chuva
aguardamos uma forma de secar
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
parede
dormindo acordado
com a cabeça pra lá
vendo pessoas passando
ondas no mar
molhando as coisas nas gavetas
mesmo enroladas
em ilusões de plástico
creme dental
vagando por aí
ou ficando onde está
sentada no chão
parede pra encostar
dormindo acordado
é tempo de mudar
permenecendo intactas
as ondas no mar
não sei se rindo ou repousando
olho 90 graus
enquanto saio pra lá da porta
e além da janela
com a cabeça pra lá
vendo pessoas passando
ondas no mar
molhando as coisas nas gavetas
mesmo enroladas
em ilusões de plástico
creme dental
vagando por aí
ou ficando onde está
sentada no chão
parede pra encostar
dormindo acordado
é tempo de mudar
permenecendo intactas
as ondas no mar
não sei se rindo ou repousando
olho 90 graus
enquanto saio pra lá da porta
e além da janela
e vem o sol
sábado, 13 de fevereiro de 2010
parque laje
o peso das borboletas
faz balançar a folha
som da outra
tocando o chão
ar pra respirar
esqueletos de folhas
sobre pedras sobre pedras
olho pra cima
chuveiro-árvore
chicote de três pontas
mate gelado escondido na árvore
rapé a pé
banho no alto e desço com a
faz balançar a folha
som da outra
tocando o chão
ar pra respirar
esqueletos de folhas
sobre pedras sobre pedras
olho pra cima
chuveiro-árvore
chicote de três pontas
mate gelado escondido na árvore
rapé a pé
banho no alto e desço com a
água
*
cara, vi tuas lágrimas
mas não poderia
arrancar teus olhos
nem fechar os meus
deixe-a seguir
disse meu instinto
sabendo das partes
retiradas, colocadas
reorganizadas
e por isso, segui
mas não poderia
arrancar teus olhos
nem fechar os meus
deixe-a seguir
disse meu instinto
sabendo das partes
retiradas, colocadas
reorganizadas
e por isso, segui
*
vamos estamos somos
passando no plano
com idéias
acontecendo
nas ações da vida
temos uma percepção
de onde tudo começa
nessa trilha
a vida segmento de reta
sem vírgulas
passando no plano
com idéias
acontecendo
nas ações da vida
temos uma percepção
de onde tudo começa
nessa trilha
a vida segmento de reta
sem vírgulas
*
as cores se abrem
com luz
você joga em mim
o antidesprezo
como uma pluma
renascendo a cada dia
no inverso do sol
com luz
vibramem diferentes suores
você joga em mim
o antidesprezo
como uma pluma
renascendo a cada dia
no inverso do sol
brihando
refletindo
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
*
uns tomam lactopurga
outros vão de imosec
e há quem diga "que merda!"
cada qual tem uma filosofia
para a busca de um sentido
outros vão de imosec
e há quem diga "que merda!"
cada qual tem uma filosofia
para a busca de um sentido
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
nascer
sair do banho quente
no inverno
buscar a toalha
é viver
pra se enxugar
às vezes
a toalha tá longe
é preciso deixá-la
o mais perto
ou sair do banho
e recomeçar
etc
ressuscitar
no inverno
buscar a toalha
é viver
pra se enxugar
às vezes
a toalha tá longe
é preciso deixá-la
o mais perto
ou sair do banho
e recomeçar
etc
ressuscitar
*
não estou atrasado nessa vida. cada qual conhece sua caminhada e sabe de onde vem, o tanto que andou de sua casa
aprendizados sobre a família, sobre a dedicação, compreensão, amizade, convívio com os semelhantes. aprendizado sobre a natureza e a importância de cada coisa, de cada lugar. valorizar a alma que me habita e cuidar do corpo que a abriga.
também não estou adiantado. sigo junto, para repartir com todos. tenho inúmeros desafios e vou tratando de solucioná-los um a um.
erro e acerto no caminho. aprendo com ambos. estou aqui para dar todo o meu amor em cada gesto, palavra e pensamento.
aprendizados sobre a família, sobre a dedicação, compreensão, amizade, convívio com os semelhantes. aprendizado sobre a natureza e a importância de cada coisa, de cada lugar. valorizar a alma que me habita e cuidar do corpo que a abriga.
também não estou adiantado. sigo junto, para repartir com todos. tenho inúmeros desafios e vou tratando de solucioná-los um a um.
erro e acerto no caminho. aprendo com ambos. estou aqui para dar todo o meu amor em cada gesto, palavra e pensamento.
aprender
*
queima a vela
noite adentro
busca o dia
mesmo sem alcance
suas cinzas
trazem o sal da glória
a decomposição
transfere um elemento para outro
voa sobre o nada
além da chama que destrói
noite adentro
busca o dia
mesmo sem alcance
suas cinzas
trazem o sal da glória
o fogo
separa o corpo da alma
a decomposição
transfere um elemento para outro
a luz externa desaparece
mantém viva a luz interna
voa sobre o nada
além da chama que destrói
*
não estamos sós nesse mundo
tão alto e profundo céu
o brilho dos astros
resplandece a noite
quanto mais escura for
tanto maior é a certeza
do mais alto e o pequeno
em suas intangibilidades
que meus caminhos sejam de luz
e a força maior minha lanterna
amém
tão alto e profundo céu
o brilho dos astros
resplandece a noite
quanto mais escura for
tanto maior é a certeza
do mais alto e o pequeno
em suas intangibilidades
que meus caminhos sejam de luz
e a força maior minha lanterna
amém
tô no rio 2010
liso e sem emprego
com fé e esperança
é o que tenho
pra seguir
ainda não sei como vou
se volto
tenho meu valor
aquilo que sou
e sons pra construir
enquanto não há flores
sou desacreditado
meus brotos não parecem árvores
não crescem da noite pro dia
ou melhor, crescem
independente de quem perceba
seguirei, sei que chegarei
com fé e esperança
é o que tenho
pra seguir
ainda não sei como vou
se volto
tenho meu valor
aquilo que sou
e sons pra construir
enquanto não há flores
sou desacreditado
meus brotos não parecem árvores
não crescem da noite pro dia
ou melhor, crescem
independente de quem perceba
seguirei, sei que chegarei
*
o mar dissolve
as gotas
os nomes das praias
grãos de areia identificando
a correnteza
o ciclo lunar
calor do sol
horizontes
novas manhãs
chuva, suor, sangue, lágrimas
ondas que batem
fazem o som do momento
a imagem, a foto
une os povos pela distância
as gotas
os nomes das praias
grãos de areia identificando
a correnteza
o ciclo lunar
calor do sol
amores que a vida trouxe
à margem
horizontes
novas manhãs
chuva, suor, sangue, lágrimas
ondas que batem
fazem o som do momento
a imagem, a foto
une os povos pela distância
sonho
um peixe num prato d'água
se debatendo
dois outros agonizam
deixo o cd, cai no chão
tudo bagunçado no galpão
muito lixo
o cara matou a pau, fugiu
pintou o cabelo de loiro
eu falo pra ele "é uma pena"
coloco os outros dois peixes
no mesmo prato
entro no carro
atravesso a ponte e acordo
se debatendo
dois outros agonizam
deixo o cd, cai no chão
tudo bagunçado no galpão
muito lixo
o cara matou a pau, fugiu
pintou o cabelo de loiro
eu falo pra ele "é uma pena"
coloco os outros dois peixes
no mesmo prato
entro no carro
atravesso a ponte e acordo
*
faz calor
desastres na tv
estarei vivo?
toca o telefone
pergunto e respondo
continuo só
colorido, caro
cheio de gente
cada qual tem
um estilo diferente
vendaval, chuva
sacos no mar, no ar
pombos, gaivotas
macacos e mucuras
desastres na tv
estarei vivo?
toca o telefone
pergunto e respondo
continuo só
colorido, caro
cheio de gente
cada qual tem
um estilo diferente
vendaval, chuva
sacos no mar, no ar
pombos, gaivotas
macacos e mucuras
*
rio de janeiro
dia de são sebastião
três janelas
no outro prédio
quatro mulheres
três sofás
o comercial coincide
uma vai observar da janela
outra sai do campo de visão
a vela apaga
uso a lanterna do celular
seguro com os lábios
a cidade produz aceleração
& buzinas
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